quinta-feira, 15 de março de 2012

Atitude adotiva - Tornar-se mãe

Publicado em 15.03.2012, às 08h16

Foto: Internet

Por Cintia Andrade Moura*

Para muitas mulheres, a maternidade inicia-se na gestação. Para outras, na adoção.

Nutrir o desejo de ser mãe é comum na intimidade feminina. Enfrentar a impossibilidade de gerar um filho é, para muitas, frustrante e estarrecedor.

Pensar na ideia de ser mãe pela adoção gera vários questionamentos e enfrentamentos e, por isso, infelizmente algumas mulheres simplesmente desistem do sonho da maternidade.

A maternidade proporciona na vida da mulher transformações e descobertas inimagináveis. Tornar-se mãe é muito mais que gerar um filho. Para ser mãe, é imprescindível e suficiente o amor. Disso chamamos a adoção.

Que importa se o teu filho não carregará a tua herança genética? Ele carregará as tuas lições de vida.

Que importa se o teu filho não sairá do teu ventre? Ele entrará na tua vida e na tua alma.

Que importa se não puderes amamentar o teu filho ao peito? Ele será alimentado por tuas mãos cheias de ternura e amor.

Que importa se o teu filho não terá teus traços fisionômicos? Ele possuirá os traços da tua forma de pensar e agir perante o mundo.

Abençoadamente, sou mãe adotiva e colho os melhores frutos da convivência com meus filhos. Certo dia, estava em viagem com a família e minha filha mais velha (uma negra belíssima!) entrou no ambiente em que me encontrava iniciando o seguinte diálogo:

− Mãe, uma amiga minha da escola me perguntou por que sou diferente de você?
− O que você respondeu? − perguntei sem alarde.
− Eu falei para ela que é porque sou adotada.
− E isso te incomodou? − quis saber.
− De forma alguma, mãe! Eu tenho o maior orgulho de ser adotada, de ser sua filha e de papai, e de ser negra.

Emocionada, falei para ela que de todas as coisas lindas que eu já havia escutado na vida, essa era a mais bela de todas. E ela completou:

− É o seu presente de aniversário, mamãe!

Abracei tanto a minha filha que quase a sufoquei. E chorei... Chorei e ainda choro por tantas emoções e felicidade que a maternidade adotiva me proporciona. Agradeço a Deus pela oportunidade de ser mãe de uma forma tão completa e intensa. De ser uma mãe que nasceu pela atitude adotiva.

Desistir de amar é desistir de viver.

Desistir da experiência extraordinária de ser mãe porque não se pode gestar é que é frustrante e estarrecedor.

* Cintia Andrade Moura é uma orgulhosa e feliz mãe adotiva

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