quarta-feira, 6 de junho de 2012

No Estado, 1.304 crianças aguardam adoção


Marcela Fonseca O Estado de São Paulo tem 1.304 crianças em lista do Cadastro Nacional de Justiça à espera de adoção, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Em todo o Brasil são 8,5 mil crianças à espera de uma família e 32 mil pretendentes. Apesar de ser o maior Estado em números de adoção, em São Paulo as exigências de determinados perfis não colaboram para aumento de índices. A situação está mudando, mas no Dia Nacional da Adoção, celebrado hoje, ainda há um longo caminho a percorrer. “As pessoas têm adotado crianças de mais idade. Há 16 anos somente bebês brancos eram procurados”, diz Mônica Natale de Camargo, gerente do Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (Gaasp). Segundo ela, o que diminuiu foi o índice de adoções internacionais. “Em 2011 foram mais de 3 mil processos de adoção. Destes, 2,9% para adoção internacional.” Mônica afirma que o Cadastro Nacional da Adoção, criado em 2008 para reunir informações de crianças e pretendentes, colaborou apenas para cerca de 700 adoções desde o início. Mesmo de 10% do que São Paulo faz, segundo a gerente da Gaasp. Orçamento para capacitação de pessoal Sem nem sequer uma vara especializada para tratar de adoção, a Justiça neste ano tem orçamento inédito. Depois de ter aprovadas 17 emendas, R$ 10 milhões foram liberados para contratação e capacitação de pessoal. “Precisamos de uma vara que cuide da questão da adoção, com funcionários que deem suporte, com equipamentos para isso”, disse a deputada Rita Passos (PSD), autora das emendas. “No fim do ano passado fiz 17 emendas do orçamento. Eram R$ 67 milhões à criação das varas e aprimoramento das varas da infância e juventude. Conseguimos R$ 10 milhões, uma grande passo.” Novas varas em cidades vizinhas Campinas e Guarulhos, até o fim deste ano, devem ter implantadas novas varas, segundo o coordenador da Infância e Juventude do TJSP, Antonio Carlos Malheiros. “Vamos treinar instrutores, justiça restaurativa, equipamentos especiais serão instalados nas varas, serão contratados mais escreventes e oficiais de Justiça, as varas serão informatizadas, faremos a reforma de um prédio no Brás em que ocorrem as audiências de conflito”, disse o desembargador. Serão instaladas duas novas varas. “Uma em Campinas e outra em Guarulhos ainda neste ano. Vamos fazer concurso”, disse Malheiros. O coordenador diz que preconceitos estão sendo deixados para trás, mas problemas persistem. “O grande problema ainda são as crianças com irmãos. Não é uma questão de preconceito ou tabu, mas financeira”, diz.

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