terça-feira, 10 de julho de 2012

Pais com dois filhos adotivos comparam identificação a "DNA de alma"


10/07/2012 | ADOÇÃO Pais com dois filhos adotivos comparam identificação a "DNA de alma" Família vive momentos de entrosamento, amor e cumplicidade - Por: Pedro Negrão Mais fotos... Notícia publicada na edição de 10/07/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 007 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h. "Se fizesse DNA de alma bateria completamente", Com essa frase, o jornalista José Otávio Lara, 41 anos, mostra que a identificação familiar não se restringe à herança genética. Pai de dois filhos adotivos, o Cauã, hoje com seis anos, e o Gabriel, com três anos, ele afirma que o entrosamento, amor e cumplicidade tanto entre os irmãos, como do casal com as crianças é tão forte que nada deixa a desejar aos laços de sangue. Mesmo antes de saber que não poderia ter filhos naturais, o casal já tinha decidido que pelo menos um filho seria fruto de adoção. A sua esposa, a tecnóloga Rita de Cássia Cação Lari, 36 anos, conta que ao receber o diagnóstico de uma endometriose, ela se recusou a optar por uma inseminação artificial e decidiu antecipar esses planos. Como Otávio queria viver a experiência de segurar o filho no colo, desde bebê, a única restrição que fizeram foi que tivesse menos de um ano e não sofresse de nenhuma doença mais grave. Como na época não havia cadastro unificado de adoção, depois de habilitados pela Comarca de Sorocaba, se cadastraram em várias regiões do país e cerca de um ano depois receberam um telefonema de São Mateus, no Espírito Santo, que teria uma criança dentro do perfil para adoção. "Vimos as fotos e não pensamos duas vezes. Pedimos licença do trabalho e fomos direto para a cidade". Otávio diz que Cauã tem um problema no ouvido que poderia deixá-lo surto e na audiência com o juiz, o casal disse que poderia imediatamente incluí-lo no plano de saúde e, diante da necessidade urgente, foi concedida a guarda provisória para que pudessem trazê-lo para Sorocaba. Dois anos depois, ainda na fase de adaptação, um novo telefonema. Desta vez era sobre Gabriel, que havia sido abandonado pela mãe, ex-viciada de crack, na maternidade, e que aguardava um casal para adoção. Na época Otávio estava desempregado e Cauã ainda estava em fase de adaptação, mas eles decidiram acolher Gabriel mesmo assim. Atualmente, superadas a dificuldades iniciais, o casal comemora a família que construíram. "Eu me sinto completamente realizado como pai". Mas o casal continua na fila de adoção. "Daqui a uns três anos queremos uma menina", conta Rita. A tecnóloga passou a se envolver tanto com a questão da adoção, que hoje lidera o Grupo de Apoio à Adoção de Sorocaba (Gaaso), que foi a entidade que a orientou no início do processo de adoção dos seus filhos. "As pessoas têm muitas dúvidas sobre esse tema, por isso é importante ter alguém que oriente, facilite os caminhos a percorrer e até mesmo para trocar experiências". Ela conta que atualmente o Gaaso está iniciando um processo de formalização para atuar em conjunto com a Comissão de Direito à Doação da OAB na orientação de casais.

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