segunda-feira, 8 de outubro de 2012

TECNOLOGIA A FAVOR DO BEM




Adelize de Oliveira, fundadora do Padrinho Nota 10 e de outros projetos, utiliza seus conhecimentos em informática para causas sociais.
Nascida no Rio de Janeiro, economista de formação e trabalhando com informática desde que montou a primeira empresa, Adelize de Oliveira veio a Florianópolis em 1990 em busca de qualidade de vida. E encontrou. Além disso, ela também buscava outro sonho: o de ajudar crianças carentes. Apadrinhou uma criança por meio da ActionAid, porém sentiu que não era suficiente. Então, em 2010, com conhecimentos adquiridos em seu trabalho, criou o projeto Padrinho Nota 10. (http://www.padrinhonota10.com.br/default.asp)
Tudo começou com um blog e o seu apadrinhamento de uma criança do ActionAid. Depois, com a sugestão de seu sócio, André Sá, Adelize criou um site que lista todos os abrigos para crianças existentes no Brasil, com um espaço para que as pessoas pudessem comentar sobre as instituições se já as conhecessem. Desse modo, as instituições conseguiriam mais doações e voluntários.
“A maior parte das crianças lá [nos abrigos] não serão adotadas, já que o perfil de criança desejado pelo brasileiro para a adoção é totalmente incompatível com o perfil das crianças que estão nos abrigos”, diz Adelize.
Com a ajuda de uma voluntária muito especial, sua mãe, montou o site, cadastrando os orfanatos que se encontravam na internet. No ar desde o final de 2010, conforme passava o tempo, o número de acessos diários aumentava. Atualmente 1500 pessoas visitam o site do Padrinho Nota 10, em sua maior parte interessadas em trabalho voluntário. Nele, é oferecido não só os endereços e telefones das instituições, como também os e-mails das mesmas, facilitando a comunicação entre as instituições e voluntários. Dentro do site há uma área para que as pessoas possam comentar sobre cada instituição, podendo colocar fotos, vídeos e reportagens.
Mas ainda assim, Adelize era muito questionada sobre a questão da adoção. “Recebia muitos e-mails me perguntando sobre como adotar uma criança e que ainda persistia a ideia de que para adotar uma criança só era preciso ir a um orfanato e escolher uma. Então passei a incluir no site uma seção específica sobre adoção”, conta. Esta seção indica os passos para adotar crianças de todo o país e os grupos de apoio à adoção existentes. Há uma área no site para as instituições deixarem suas necessidades de doação. É enviado um e-mail todo mês a elas pedindo esta lista.
Além de ajudar instituições a encontrar voluntários e a disseminar a adoção, o Padrinho Nota10 também tem como plano incluir digitalmente as ONGs que não possuem ainda um site próprio.
Depois de dois anos de criação, o projeto já apresenta bons resultados. Nos últimos 12 meses, quase 7 mil pessoas se apresentaram interessadas em ser voluntárias em orfanatos por meio do site. Diariamente, cerca de 40 e-mails são recebidos de pessoas que querem ajudar alguma instituição. O Facebook do projeto também já mostra o interesse das pessoas na rede: já são mais de 1700 fãs.
E não para por aí: além do Padrinho Nota 10, Adelize tem outras iniciativas, como o oferecimento de cursos gratuitos de marketing digital para organizações do terceiro setor e o desenvolvimento de sistemas que podem ser usados pelas ONGs, como o sistema que gera boletos online, para serem distribuídos via e-mail para os doadores e associados. Fora isso, Adelize está desenvolvendo um sistema de gestão do voluntariado empresarial que será oferecido para outras empresas brasileiras a partir de abril. Todas estas iniciativas foram agrupadas no Irradie – Instituto de Desenvolvimento Social, ONG criada também por ela com o objetivo de tornar o trabalho das organizações do terceiro setor mais produtivas.
“Quero utilizar tudo o que aprendi nestes 10 anos envolvendo tecnologia e marketing digital para melhorar ao menos um pouquinho a sociedade, ligando pessoas que querem ajudar a quem precisa de ajuda. Meus conhecimentos permitiram criar um projeto barato e que traz resultados. Quero também ensinar outras ONGs a fazer isso”, afirma.
http://socialgoodbrasil.org.br/tecnologia-a-favor-do-bem/

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