quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Drica Moraes: “Graças a Deus, fiquei doente”


GENTE / ENTREVISTA - 28/11/2012
Drica Moraes: “Graças a Deus, fiquei doente”
DRICA MORAES: “GRAÇAS A DEUS, FIQUEI DOENTE”
28/11/2012

Depois de um longo tratamento contra a leucemia, Drica voltou ao teatro com A Primeira Vista e à TV com o remake de Guerra dos Sexos. 
Aqui, ela fala da vitória contra o câncer, dos cinco meses em que foi obrigada a ver o filho pequeno através de um vidro no hospital e da conquista de um novo e inesperado.
Por Roni Filgueiras / Foto: Daryan Dornelles 

Uma exposição de desenhos infantis decora o corredor principal do apartamento da atriz Drica Moares, na Gávea, no Rio de Janeiro. “Ainda não sei qual emoldurar...”, diz a mãe sorridente, diante das obras do filho Mateus, 3 anos. O menino faz parte do que Adriana Moraes Rego Reis, 43 anos, chama de “minha nova vida depois de 2009”. 
Naquele ano, a atriz foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda (LMA, um câncer que afeta as células da medula óssea) e sua vida sofreu uma reviravolta. Drica mudou de perspectiva, de casa, de marido e até de tipo sanguíneo por causa de um tratamento específico. “Graças a Deus, tive a doença”, diz, ajeitando os novos cabelos curtos. “Muita coisa mudou para melhor. Meus fios não crescem mais, e eu optei por esse corte maluquinho que é superprático”. A afirmação soa tranquila, com a sabedoria de quem aceita o que a vida lhe oferece. Recuperada depois de um transplante de medula, pelo qual teve que esperar seis meses, Drica voltou aos palcos este ano com a comédia "À Primeira Vista" e à TV com o remake da novela "Guerra dos Sexos", que estreou em outubro. 

(...)

MC - QUANDO DECIDIU ADOTAR MATEUS AINDA ERA CASADA? 
DM - Não, a separação do meu segundo marido (o produtor cultural Raul Schimdt), aconteceu depois de sete anos de casamento (o primeiro marido da atriz foi o diretor Régis Faria), antes de eu adoecer e bem antes tempos, fiquei dez anos tentando ter filhos biológicos, fazendo reprodução assistida... e não recomendo para ninguém.Isso gera crises no casamento,é um baque na saúde psíquica e física da mulher, os gastos são enormes. Hoje, teria partido direto para a adoção. Quando o Mateus chegou na minha vida, não tive a menor nostalgia de ter tido barriga ou amamentado.Esperei quatro anos por ele, pois busquei as instituições de adoção em 2005 e ele chegou em 2009, quando eu não estava casada nem namorando ninguém. Adotei-o sozinha, fui com minha mãe buscá-lo na Bahia, quando ele tinha dois dias de vida. Agora, o Fernando está em processo de adoção do Mateus. 

MC - COMO É SER MÃE SOLTEIRA? 
DM - Sempre tive muito amparo. Primeiro da minha mãe, ela está aposentada e abriu um restaurante no Leblon, mas coloca o neto em primeiro lugar. E tenho uma boa estrutura, babá, empregada, motorista. O Fernando entrou na vida do Mateus desde que ele tinha meses de vida. Sou uma mãe solteira privilegiada. Quando ele apronta demais, eu digo: “Vou ligar para o seu pai!”. 

MC - O QUE SEU FILHO MATHEUS TEM ENSINADO A VOCÊ? 
DM - A lição de ser verdadeira. Desde que começou a falar, ele me perguntava de onde veio. Uso uma linguagem que ele entenda, mas sempre falei da adoção e também de morte, porque ele também me perguntou sobre isso. É um inferno as perguntas das crianças (risos).Às vezes eu digo: “também nãosei, vamos aprender juntos?”. 

MC - MUITOS PAIS HOJE RECLAMAM DO TERMO “ADOTIVO”... 
DM - Eu também! Adoção não é mais tabu. Quando se adota, o filho passa a ser seu, ora! Eu era uma mãe que precisava de um filho e o Mateus é um filho que precisa de mãe! Tão simples. É cretina a forma como falam disso na dramaturgia ou na imprensa. É discriminatório o termo “adotivo”. 
(...)

MC - PROJETOS PARA O FUTURO? 
DM - Não faço planos. A vida é mutante, imprevisível, não tem sentido fazer muitos planos. Por exemplo, não sou contratada fixa de uma emissora. Sou contratada por trabalho, como a novela da Globo, "Guerra dos Sexos". Não posso trabalhar muito, preciso descansar. Então, penso em me ajeitar financeiramente, tenho dois apartamentos, cuido da casa e do meu filho. Meu projeto é respirar! 
(...)

REPORTAGEM COMPLETA NO SITE DA REVISTA.
http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI324670-18487,00-DRICA+MORAES+GRACAS+A+DEUS+FIQUEI+DOENTE.html


Depois de um longo tratamento contra a leucemia, Drica voltou ao teatro com A Primeira Vista e à TV com o remake de Guerra dos Sexos. Aqui, ela fala da vitória contra o câncer, dos cinco meses em que foi obrigada a ver o filho pequeno através de um vidro no hospital e da conquista de um novo e inesperado

Por Roni Filgueiras / Foto: Daryan Dornelles

DRICA MORAES EM FOTO DE DARYAN DORNELLES PARA MARIE CLAIRE
Uma exposição de desenhos infantis decora o corredor principal do apartamento da atriz Drica Moares, na Gávea, no Rio de Janeiro. “Ainda não sei qual emoldurar...”, diz a mãe sorridente, diante das obras do filho Mateus, 3 anos. O menino faz parte do que Adriana Moraes Rego Reis, 43 anos, chama de “minha nova vida depois de 2009”. Naquele ano, a atriz foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda (LMA, um câncer que afeta as células da medula óssea) e sua vida sofreu uma reviravolta. Drica mudou de perspectiva, de casa, de marido e até de tipo sanguíneo por causa de um tratamento específico. “Graças a Deus, tive a doença”, diz, ajeitando os novos cabelos curtos. “Muita coisa mudou para melhor. Meus fios não crescem mais, e eu optei por esse corte maluquinho que é superprático”. A afirmação soa tranquila, com a sabedoria de quem aceita o que a vida lhe oferece. Recuperada depois de um transplante de medula, pelo qual teve que esperar seis meses, Drica voltou aos palcos este ano com a comédia "À Primeira Vista" e à TV com o remake da novela "Guerra dos Sexos", que estreou em outubro.

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Na pele de Nieta, uma mulher mais velha e bem mais cheinha, a atriz deve arrancar muitos risos dos telespectadores. Papéis cômicos são o forte da carreira da carioca de Botafogo, que começou aos 13 anos, estudando no Teatro Tablado. Em duas décadas, ela acumulou mais de 60 papéis no cinema, no teatro e na TV. Atualmente, a atriz participa de campanhas de conscientização sobre câncer e doação de medula e divide seu tempo entre a carreira, a casa, o filho e o novo companheiro, o médico Fernando Pitanga, 56 anos. Aqui, ela fala de trabalho, família e amor: “Canalizei minha energia para o que é importante. Estou focada no que me faz feliz”.

MARIE CLAIRE - No remake de Guerra dos Sexos, você vive Nieta, uma senhora mais velha e mais gorda. Isso mexe com a sua vaidade?
DRICA MORAES - Quem gosta de atuar gosta de gente. Posso interpretar tudo, da lésbica roqueira à Dona na italiana. É uma bênção fazer a Nieta, papel que foi da Yara Amaral na primeira versão da novela, em 1983. Ela é uma mama – uso enchimento no peito, na barriga e bunda para ficar mais gorda. Na trama, sou a mãe da Bianca Binm, que tem 25 anos, e meu papel poderia muito bem ter sido feito por uma mulher mais velha. Mas, de um modo geral, a dramaturgia não escreve para mulheres com mais de 55 anos. Depois dessa idade, viram vovós, é uma pena.


DRICA EM CENA NA NOVELA GUERRA DOS SEXOS: ELA INTERPRETA NIETA
MC - Uma pena ou um preconceito contra a idade?
DM - Envelhecer é difícil mesmo, temos que nos preparar. Quem tem saúde, às vezes entra num canal esquizofrênico, não quer abrir mão da juventude. Eu ganhei outra perspectiva depois da doença. Sei que o mais importante é estar bem, dentro do seu tempo e de sua idade, nãoser jovem a todo custo.

MC - O que mais mudou no seu modo de encarar a vida depois da doença?
DM - Tudo. Não só do lado de dentro, mas do lado de fora. Valores, rotina. Tudo. Tive de deixar a casa onde morava, com piscina e muito verde, porque havia escadas e umidade,o que me cansava e me expunha a agentes infecciosos.Dei meus três cachorros, para evitar contaminação, porque minha imunidade era baixíssima.Foi duríssimo, fiquei dois anos sem entrar no maré morei com minha mãe nesse período. Eu me desapeguei de um estilo de vida que não combinava mais comigo. Hoje, moro onde gosto e preciso, um apartamento aconchegante, perto da escola do meu filho.

MC - Como recebeu o diagnóstico? Qual foi sua reação?
DM - Eu não me sentia bem, ficava doente sempre e já suspeitava que algo estava errado. Minha família também. Mas quando recebi a notícia, estava começando a namorar como Fernando e foi um baque. Cumpri o circuito clássico diante do câncer: negação, raiva e aceitação.Quando saquei que a doença não ia dar para trás, lutei. Eu quis viver. Hoje não estou mais em tratamento, só tomou m antiviral e faço exames de sangue a cada quatro meses.

MC - A equipe médica que a acompanhou louvou sua bravura. Qual foi o momento mais duro?
DM - Talvez eles tenham me chamado de guerreira porque, diante de situações como essa, temos de decidir viver ou desistir. Mesmo com todas as limitações que a doença me impõe, quero estar aqui. Um dos momentos mais marcantes do tratamento foi de felicidade: o dia em que acharam um doador de medula compatível comigo. Isso era necessário, pois precisei de um transplante e nenhum de meus irmãos poderia ser doador. Minha vida dependia disso. Foram seis meses de espera. O que é até rápido. Há pacientes que aguardam anos e outros que morrem antes de achar um doador compatível. Por tudo isso, há um ano trabalho em campanhas que estimulam a doação. É importante que todos saibam que doar a medula é simples. Basta procurar o REDOME(Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea), criado pelo Instituto Nacional do Câncer. Ali eles orientam onde fazer a coleta. São recolhidos 5 ml de sangue, menos do que se colhe num exame de rotina.

MC - Muitos associam o câncer aos excessos da vida ou à raiva represada. Acredita nisso?
DM - Não acredito que provocam os um câncer, mas acredito que a gente deixe brechas energéticas, porém não somos responsáveis, muito menos culpados pela doença. Graças a Deus, eu tive a doença. E me curei. A gente tem de aproveitar situações como esta para abandonar a negatividade, sair do sentimento de culpa. Eu me atropelava muito, e a partir da doença, amadureci anos. Hoje canalizo minha energia para o que é importante, percebo a passagem do tempo e aceito que as pessoas entrem e saiam da minha vida com mais tranquilidade.Deixei a vaidade de lado e me aceitei. Sou boa atriz, boa mãe e boa filha, mas nãoquero ser a melhor em nada. Quero apenas viver a minha vida.

MC - Com o transplante de medula, sua imunidade ficou tão baixa que você teve que ficar isolada no hospital,como foi isso?
DM - Foram quase cinco meses de internação, com períodos intercalados de algumas semanas em isolamento total, com máscara, sem poder ver ninguém, nem o meu filho, que ainda engatinhava. Imagina minha emoção quando tive a visita dele, já andando. Para evitar viroses e infecções, eu não podia receber visitas. Via a família e os amigos pelo vidro. Foi duro, mesmo depois da internação, pois eram muitas mudanças. Meu sangue era B positivo e virou O positivo (o receptor da medula óssea pode assumir o tipo sanguíneo do doador). Levei um ano e meio para voltar aos ensaios no teatro. Até um ano depois do transplante, eu usava máscara para frequentar lugares públicos e fechados, como cinema, shoppings, bares, aviões. Nem ia a festas, imagina ir a festas de máscara, que é bem incômoda. Fora que todo mundo olha...


DRICA E MARIANA NO PALCO
MC - Durante o isolamento, estava consciente? No que mais pensava?
DM - Estive sempre consciente. Pensava em viver, criar meu filho e vê-lo crescer. Na minha mais profunda espiritualidade, pedia bênção aos meus protetores no céu e na terra. Fiquei dois anos me recuperando em casa.

MC - Você é religiosa?
DM - Acredito em tudo. Meu pai é espírita, minha mãe, católica. Então, rezo uma Ave Maria, vou ao Centro Espírita e me interesso por budismo. Sou ecumênica, pratico ioga há uns dez anos e medito. Não rezo todos os dias, mas a meditação é como rezar sempre, estou conectada com a força de Deus. Enquanto estava hospital, aceitei o convite do Kike (o diretor Enrique Diaz, seu primeiro namorado) e da Mari (a atriz Mariana Lima) para fazer a peça A Primeira Vista (que até 2013 segue em turnê por várias capitais e interior de São Paulo). Minha fé e a temporada no Teatro Poeira, no Rio, me encheram de energia. Deus está em todas as partes.

MC - Recorreu ao lado cômico quando a barra pesou? Conseguia rir da própria dor?
DM - Acho que o lado otimista foi mais importante que o cômico. O que me norteou foi valorizar realmente as coisas boas e os ganhos de cada dia, em vez de focar nas coisas ruins.

MC - Como a família ajudou durante o tratamento?
DM - Tenho uma irmã médica e um irmão que estuda o genoma humano. Eles viraram pai e mãe da família. Trouxeram calma e conhecimento no momento da doença, que é um processo misterioso, a gente não sabe de nada. Por isso, toda informação ajuda muito.

MC - E os fãs, ajudaram? Ou o assédio atrapalhava?
DM - Sempre prezei minha individualidade, por isso, quando sou invadida, me sinto vilipendiada.Já sofri com isso, hoje tenho cinco minutos de raiva e esqueço. Se pudesse escolher, não teria tornado pública minha doença, mas não pude controlar. Eu não queria ser fotografada com o rosto inchado e buracos no couro cabeludo, mas a partir da hora em que fiz quimioterapia e o cabelo começou a cair, fui perseguida pelos paparazzi. Eu me fechei. Depois fiquei preocupada em sair na rua mais arrumadinha, com lenço na cabeça. Mas aí veio a onda de positividade, passei a curtir o lado bom. Recebi carinho dos fãs e de todos os lados.

MC - Como conheceu e se apaixonou pelo seu atual companheiro, Fernando Pitanga, médico homeopata?
DM - Conheci o Fernando na praia, em setembro de 2009. A Malu Vale, amiga em comum, nos apresentou. E nos envolvemos quando eu soube da doença, ainda sem o diagnóstico fechado. O Fernando foi muito respeitoso comigo nessa fase em que a autoestima da gente fica completamente balançada. Fomos vivendo cada dia e fortalecendo o amor, a decisão de estar juntos. Muita gente tem ânsia de casar, mas não estamos ligados em padrões. Ele me deu espaço, é um parceiro que eu nunca tive na vida.

MC - Alguma vez teve medo de a relação não ir adiante?
DM - Tive sim, eu dizia para o Fernando que ele não ia querer ficar com uma mulher careca (risos)! Eu achava que nem ele nem ninguém. Mas ele rebatia, dizendo que quando eu saísse do hospital, ele teria que correr atrás do prejuízo, pois eu estaria melhor que antes.

MC - Procurou a terapia?
DM - Faço análise desde os 7, 8 anos, porque meus pais se separaram cedo, e eu sofria com essa divisão. Mas tive intervalo se retomava em situações específicas. Voltei para o divã para segurar o tranco.

MC - Como foi a separação dos seus pais? Que lembranças guarda da infância?
DM - Tenho ótimas lembranças.A separação foi difícil, porque os filhos sempre sofrem, sonham em ver pai e mãe juntos.Mas minha família era muito alegre. Do meu pai (o arquiteto Gustavo Moraes Rego Reis) herdei o apreço pelas artes. Ele toca piano e violão, canta, desenha, dança. Quando éramos crianças, ele costumava fazer filmes caseiros. A minha avó, Leda, mãe dele, também me inspirou muito. Aos 87 anos, ainda canta na noite – e vai de ônibus até o (bairro do) Catete para se apresentar. Eles influenciaram a escolha pela arte, mas a família toda é fundamental na minha formação. Tive afeto e liberdade, mesmo na separação. Eles se divorciaram quando eu era pequena e lembro do calor da casa da minha mãe (a administradora Clarissa Gaspar de Oliveira). Tinha dia que havia seis crianças lá. Os três filhos dela com meu pai; os dois do segundo casamento dela e um dos dois outros filhos do segundo casamento do meu pai – a escola dele era perto e ele vinha almoçar coma gente. Sinto falta da gritaria...

MC - Quando decidiu adotar Mateus ainda era casada?
DM - Não, a separação do meu segundo marido (o produtor cultural Raul Schimdt), aconteceu depois de sete anos de casamento (o primeiro marido da atriz foi o diretor Régis Faria), antes de eu adoecer e bem antes tempos, fiquei dez anos tentando ter filhos biológicos, fazendo reprodução assistida... e não recomendo para ninguém.Isso gera crises no casamento,é um baque na saúde psíquica e física da mulher, os gastos são enormes. Hoje, teria partido direto para a adoção. Quando o Mateus chegou na minha vida, não tive a menor nostalgia de ter tido barriga ou amamentado.Esperei quatro anos por ele, pois busquei as instituições de adoção em 2005 e ele chegou em 2009, quando eu não estava casada nem namorando ninguém. Adotei-o sozinha, fui com minha mãe buscá-lo na Bahia, quando ele tinha dois dias de vida. Agora, o Fernando está em processo de adoção do Mateus.

MC - Como é ser mãe solteira?
DM - Sempre tive muito amparo. Primeiro da minha mãe, ela está aposentada e abriu um restaurante no Leblon, mas coloca o neto em primeiro lugar. E tenho uma boa estrutura, babá, empregada, motorista. O Fernando entrou na vida do Mateus desde que ele tinha meses de vida. Sou uma mãe solteira privilegiada. Quando ele apronta demais, eu digo: “Vou ligar para o seu pai!”.

MC - O que seu filho Matheus tem ensinado a você?
DM - A lição de ser verdadeira. Desde que começou a falar, ele me perguntava de onde veio. Uso uma linguagem que ele entenda, mas sempre falei da adoção e também de morte, porque ele também me perguntou sobre isso. É um inferno as perguntas das crianças (risos).Às vezes eu digo: “também nãosei, vamos aprender juntos?”.

MC - Muitos pais hoje reclamam do termo “adotivo”...
DM - Eu também! Adoção não é mais tabu. Quando se adota, o filho passa a ser seu, ora! Eu era uma mãe que precisava de um filho e o Mateus é um filho que precisa de mãe! Tão simples. É cretina a forma como falam disso na dramaturgia ou na imprensa. É discriminatório o termo “adotivo”.

MC - Na peça "À Primeira Vista", sua personagem usa drogas. O que pensa da legalização da maconha?
DM - Eu não fumo, mas achou ma estupidez igualar usuário a traficante. O tráfico de drogas é uma cadeia que gera violência. Legalizar o consumo da maconha seria uma forma de quebrar o círculo vicioso dessa cadeia socioeconômica.

MC - Projetos para o futuro?
DM - Não faço planos. A vida é mutante, imprevisível, não tem sentido fazer muitos planos. Por exemplo, não sou contratada fixa de uma emissora. Sou contratada por trabalho, como a novela da Globo, "Guerra dos Sexos". Não posso trabalhar muito, preciso descansar. Então, penso em me ajeitar financeiramente, tenho dois apartamentos, cuido da casa e do meu filho. Meu projeto é respirar!



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