sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PARLAMENTO FRANCÊS ANALISA A UNIÃO HOMOSSEXUAL E A ADOÇÃO DE CRIANÇAS


Publicado em 29/01/2013 por Diogo Carvalho
Por Gabriela Freire Valente, do Correio Braziliense

O primeiro dia de debates sobre o casamento e a adoção de crianças por homossexuais na França foi marcado por discursos calorosos no Parlamento. Ao iniciar as discussões na Comissão de Direito da Assembleia Nacional, a ministra da Justiça, Christiane Taubira, afirmou que a elaboração do projeto de lei é um “ato de igualdade” e que, “finalmente”, o casamento será uma instituição universal. “Nós dizemos que sim, o casamento aberto a pessoas do mesmo sexo ilustra a moeda da República: a liberdade de escolher e de viver em igualdade para todas as famílias”, declarou Christiane, em meio a aplausos.
Em caso de aprovação, o projeto – uma das promessas de campanha do presidente François Hollande – será considerado uma das maiores reformas sociais desde a abolição da pena de morte, em 1981. O processo de análise pelo Parlamento deverá durar pelo menos duas semanas, e a oposição já apresentou diversas propostas para dificultar os trabalhos da Casa. Apesar de os governistas serem maioria na Assembleia e no Senado, os adversários de Hollande pretende defender 5 mil emendas. Três moções de procedimento também devem ser apresentadas, incluindo a que diz respeito à convocação de um referendo sobre o tema. Ainda ontem, o deputado Henri Guaino, do partido União por um Movimento Popular, disse ao Le Monde que considera a consulta popular “uma obrigação moral”.

POLÊMICA
Batizado de “Casamento para todos”, o projeto de lei tem provocado polêmica na sociedade francesa. Em 13 de janeiro, uma multidão estimada em 800 mil pessoas tomou as ruas de Paris para protestar contra a proposta. Na madrugada desta terça-feira, faixas com as frases “Um pai e uma mãe, é elementar” e “Todos são nascidos de um homem e uma mulher” foram penduradas nas pontes da capital francesa.
Opositores ao projeto, que têm o apoio da Igreja Católica, argumentam que o casamento entre pessoas do mesmo sexo colocaria em xeque “o futuro da humanidade”, pois interferiria na reprodução dos seres humanos. Alguns chegam a afirmar que a lei abriria um precedente para o casamento entre mais de duas pessoas. Os conservadores sustentam que a adoção de uma criança por homossexuais a privaria do direito de ter um pai e uma mãe e aumentaria os casos de barriga de aluguel.
Apesar da reação contrária, uma pesquisa realizada pelo instituto Ifop mostra que a maioria dos franceses apoia a proposta (63%). No entanto, a questão da adoção de crianças divide a opinião da população (49% são a favor e 51%, contra). Pelo menos seis países europeus – Bélgica, Dinamarca, Espanha, Holanda, Portugal, Suécia, Noruega e Islândia – já reconhecem o casamento homossexual em sua legislação. Hoje, os casais gays da França podem se unir civicamente, mas sem os direitos de um casamento civil.

INICIATIVA DE UM CRISTÃO
O relator do texto, o deputado socialista Erwann Binet, é visto como figura-chave no caso. Católico, heterossexual e pai de cinco filhos, ele pretende provar que “os valores da esquerda são iguais aos valores cristãos” e conta com o apoio de membros ativos na causa do casamento gay.

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/lgbtudo/2013/01/parlamento-frances-analisa-a-uniao-homossexual-e-a-adocao-de-criancas/




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