quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Promotoria nega que processo de adoção de gêmeos tenha sido aberto


14/02/2013 20h17 - Atualizado em 14/02/2013 20h17

Bebês foram afastados dos pais por eles serem dependentes químicos.
Avó afirmou que foi impedida de criá-los porque crianças seriam adotadas.

Do G1 Sul de Minas
Comente agora
O processo de adoção dos bebês gêmeos que foram afastados dos pais por serem usuários de drogas não foi aberto, de acordo com a Promotoria de Três Pontas (MG). Os bebês foram encaminhados para um abrigo em Itajubá (MG), e segundo a avó das crianças, ela teria sido impedida de criá-los porque um processo de adoção já teria sido aberto.
A juíza da Vara da Infância e Juventude, Raíssa Figueiredo Monte Raso Araújo, explicou nesta quinta-feira (14) que os gêmeos apenas foram afastados do convívio familiar como medida preventiva. "Neste caso específico, ouve de fato um pedido de providência do Ministério Público, mas até hoje não chegou nenhum processo de destituição de pátrio poder, só providências em relação aos menores. Por enquanto, está em análise eles voltarem para o pais ou para algum familiar que tenha demonstrado interesse", afirma a juíza.
Em situações como esta, órgãos como o Centro de Referência Especializado em Assistência Social, o Creas, ajudam na reestruturação da família para que a criança ou adolescente possa voltar ao lar. Segundo a advogada do Creas, Giselle Tardioli Pereira, uma equipe de assistentes sociais analisa as circunstâncias familiares, através de visitas domiciliares, para tornar possível a volta segura das crianças. "É analisado pelo assistente social e psicológo o que é necessário estruturar na família para que as crianças retornem ao convívio familiar", explica ela.
Tia dos gêmeos guarda roupas dos bebês e espera poder criá-los (Foto: Reprodução EPTV)Tia dos gêmeos guarda roupas dos bebês e espera poder criá-los (Foto: Reprodução EPTV)
A tia dos gêmeos, Paula Arlete Cunha, guarda em casa o enxoval dos dois sobrinhos. Os gêmeos nasceram em outubro do ano passado, mas foram afastados do convívio familiar pela Justiça, porque estariam em situação de risco. Os pais das crianças são dependentes químicos e por isso, os bebês foram enviados para um abrigo em Itajubá.
Avó afirma ter condições de criar gêmeos até pais se cuidarem (Foto: Reprodução EPTV)Avó afirma ter condições de criar gêmeos até pais
se cuidarem (Foto: Reprodução EPTV)
Sem poder visitar as crianças desde que nasceram, a família diz ter condições de criá-las. "Eu tenho minha casa, moro distante de minha mãe, não tem risco de eles (os pais) virem aqui incomodar, porque se vier drogado, eu não deixo ver eles. Então eu acho que comigo as crianças vão ficar bem", afirma Paula. Ela disse ainda que, se faltar dinheiro, sempre tem um irmão para ajudar a criar as crianças.
A avó dos gêmeos, Maria Aparecida Cunha, se ofereceu para cuidar das crianças até os pais se tratarem, mas segundo ela, teria sido impedida porque o processo de adoção já havia sido aberto. "Eu fiquei muito triste a hora que eu cheguei lá e a secretária falou que ela já tinha assinado o papel para adoção das crianças, porque as crianças não precisam disso, eles têm família", desabafou ela.
O promotor que cuida do caso, Artur Giovannini, negou que o processo de adoção tenha sido aberto.  Ele disse ainda que espera que os pais iniciem o tratamento contra a dependência química, e que está analisando a possibilidade de dar a guarda provisória dos bebês para alguém da família.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Três Pontas, Luciano Reis Dinis, disse ainda que, caso a família não tenha condições de contratar um advogado particular para auxiliar no caso, eles devem procurar a Defensoria Pública da cidade pra tentar conseguir um defensor público para ajudá-los no processo.

http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/02/promotoria-nega-que-processo-de-adocao-de-gemeos-tenha-sido-aberto.html

Nenhum comentário: