sexta-feira, 22 de março de 2013

Denúncias apontam que AL pode estar na rota do tráfico de pessoas


Núcleo de Enfrentamento recebeu informações sobre este tipo de crime. Vítimas e familiares podem pedir ajuda através do Disque100.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

Criado em agosto do ano passado em Maceió, o Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas já recebeu duas denúncias de tráfico internacional de pessoas. O dado levanta a suspeita de que estado de Alagoas pode estar na rota da comercialização de pessoas para outros países.

A mãe de uma jovem, que prefere não ser identificada, conta que, há 9 anos, a filha saiu com algumas amigas para uma boate na Orla de Maceió quando tinha 23 anos de idade. Lá, ela conheceu um estrangeiro que a convidou para trabalhar num bar em Madri, capital da Espanha mediante uma proposta de salário tentadora.

A jovem aceitou a oferta e, depois de seis meses, voltou ao Brasil com um suposto namorado identificado apenas como Rossi. A visita durou poucos meses e depois disso, ela nunca mais voltou.

Os contatos entre elas se davam apenas por telefone. "Ela ficou presa. Não podia sair nem voltar. Ligava sempre chorando muito, dopada, dizendo que tava com saudade de mim e das filhas. Falava que não podia voltar porque o passaporte tinha sido extraviado por esse rapaz que veio com ela, ou qualquer coisa. Eram muito rápidas as ligações, como se alguém tomasse o telefone ou desligasse", relata a mãe.

Depois que começou a acompanhar a novela "Salve Jorge", da TV Globo, e de ver o drama da personagem Morena, ela acha que a filha pode ter sido vítima do tráfico de mulheres. "Logo no início eu fiquei muito assustada, pensando mil coisas. Depois dessa novela, tudo se reforçou e tá claro que a minha filha está nesta situação", afirma.

O tráfico de pessoas possui diversas segmentações. "O que a gente sabe é que essa rede existe, embora possa estar invisível, e com certeza Alagoas não deve estar fora da rota do tráfico não somente de mulheres. O tráfico muitas vezes é confundido com exploração sexual, mas ele tem modalidades, podendo ser casamento servil, trabalho escravo, remoção de órgãos, adoção ilegal, então você terá o tráfico de pessoas para um fim ou outro", explica psicóloga do núcleo, Giovanna Araújo.

Se o crime de tráfico de pessoas for interestadual ou internacional, as investigações são feitas pela Polícia Federal, que tem o apoio de autoridades do exterior, inclusive da Interpol. "A denuncia vai sinalizar onde a polícia tem que investigar porque é muito difícil se buscar essa informação em outros países sem que se tenha pelo menos um norte", pontua o Delegado Federal Felipe Vasconcelos

As vítimas ou os familiares podem denunciar este tipo de crime ao Núcleo de Enfrentamento pelo telefone (82) 3315-3798, bem como pelo Disque 100.

http://www.interjornal.com.br/noticia.kmf?canal=5&cod=20026404 

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