quarta-feira, 20 de março de 2013

Mãe adotiva está pronta para doar parte do fígado para o filho, mas transplante não sai

20/03/13 06:00
Rosiléa Ornelas fez os exames de compatibilidade e pode doar parte do fígado para Lucas, de 1 ano e meio
Rosiléa Ornelas fez os exames de compatibilidade e pode doar parte do fígado para Lucas, de 1 ano e meio Foto: Álbum de família
Flávia Junqueira
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Lucas nasceu com uma doença grave no fígado. Apenas um transplante pode salvá-lo. Para complicar um pouco mais a história, aos 10 meses, ele foi internado desnutrido, e os pais perderam a sua guarda. Foi quando surgiu em sua vida Rosiléa Ornelas dos Santos, de 45 anos, que havia acabado de se candidatar para o programa Família Acolhedora, cuja função é tirar crianças de abrigos até que sua situação seja definida. Hoje, seis meses depois, a “mãe acolhedora” já sabe que é compatível com o menino e aguarda apenas a autorização final do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) para ir à Justiça pedir autorização para ser a doadora. Mas, para isso, a unidade - única habilitada a fazer transplante em crianças no estado - precisa reestruturar a equipe de cirurgiões e voltar a fazer o procedimento. Como o EXTRA mostrou no sábado, os transplantes estão paralisados desde dezembro no hospital.
- Quando aceitei pegar o Lucas, sabia que ele precisava de um transplante, mas não tinha ideia da gravidade dos problemas de saúde dele. Na primeira consulta com a médica, chorei o dia inteiro. Na primeira internação, fiquei doida - conta Rosiléa.
Família festeja aniversário de 1 aninho de Lucas
Família festeja aniversário de 1 aninho de Lucas
Todo mês, a criança é internada para uma endoscopia, necessária para “queimar” veias que se formam em seu esôfago.
- Lucas chegou pesando cinco quilos. Hoje, com 1 ano e meio, ele está com quase dez quilos. É uma criança linda. Merece viver - diz.
Rosiléa precisa de autorização da Justiça para doar parte do fígado para o menino porque não tem laços familiares com ele. Ela sabe que, após o transplante, Lucas irá para adoção.
- Quero muito ficar com ele mas, se Deus colocá-lo numa família que cuidar dele com amor, fico feliz. Quero que Lucas fique vivo e que, comigo, tenha os melhores dias da vida dele - diz.
Rosiléa quer salvar o pequeno Lucas, que acolheu
Rosiléa quer salvar o pequeno Lucas, que acolheu
Ação civil pública pede providências
Nesta terça-feira, a Defensoria Pública da União entrou com uma ação civil pública contra o Ministério da Saúde pedindo a recomposição das equipes em 15 dias.
- No pedido de liminar também solicito que pessoas já com doadores definidos sejam operadas de imediato em outros estados - diz o defensor Daniel Macedo.
Seria o fim da luta de Rosiléa para salvar Lucas.
O Ministério da Saúde informou que começou o processo para a contratação de equipes médicas para o hospital nas especialidades cirurgia vascular, urologia e anestesiologia. De acordo com o ministério, as equipes vão retomar os transplantes renais nos próximos 15 dias.
Desde dezembro, o HFB não faz transplantes por causa da saída de profissionais. Os médicos se aposentaram ou pediram demissão depois que o pagamento de horas extras foi suspenso. Alguns foram para o Centro Estadual de Transplantes, que o governo estadual montou no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, e atende apenas adultos. O Hospital Estadual da Criança, recém-inaugurado, deve começar a realizar transplantes em abril.
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