terça-feira, 30 de julho de 2013

ADOÇÕES VOLTAM A CRESCER


28/07/2013
dia a dia
Apesar do aumento no número de guardas definitivas, lentidão da Justiça emperra o procedimento
João Carlos Moreira
jcmoreira@diariosp.com.br

O total de pessoas que conseguem a adoção de crianças e adolescentes no Brasil voltou a crescer, depois de dois anos consecutivos de queda. De acordo com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), 3.464 sentenças de adoção por brasileiros foram assinadas no ano passado em todo país, o que representa um aumento de 24% em relação a 2011. O número é bem inferior aos de 2009 e 2008, mas ainda assim indica uma tendência de alta que pode ajudar a reduzir o tamanho da fila para quem espera por pais adotivos.
Numa época em que pedidos de adoção viram assunto em página do Facebook, abrindo brechas para a guarda ilegal de crianças, o aumento de casos bem sucedidos pode ser creditado a uma melhora na agilidade da Justiça nesse tipo de processo e a uma pequena queda nas restrições que os casais fazem ao perfil da criança pretendida.
“Claro que a Justiça ainda é lenta, mas já foi pior e vem melhorando. Ela deve se aperfeiçoar, ser mais rápida, poderíamos avançar mais”, disse o desembargador Antonio Carlos Malheiros, responsável pela Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo. “Outro problema é que, apesar de algumas mudanças, os casais ainda fazem muitas exigências sobre a cor da pele da criança que pretendem adotar”, afirmou.
Levantamento do CNA (Cadastro Nacional de Adoção) do CNJ mostra que quase 92% dos pretendentes a adotar um filho aceitam uma criança branca, embora apenas 32,41% dos meninos e meninas disponíveis para a adoção tenham essa cor. Já os casais que declaram aceitar um adotivo negro ou pardo correspondem a 38,16% e 65,46%, respectivamente. Entre as crianças aptas à adoção, 18,79% são negras e 47,9%, pardas.
IDADE/ Ana Cristina Amaral de Moura, assistente social e chefe do Núcleo de Apoio do TJ, disse que outra questão que ajuda a emperrar as adoções é a dificuldade de conseguir pessoas interessadas em ficar com irmãos, já que teria de adotar mais de uma criança para não separá-los. “A idade também é um empecilho: a maioria dos casais quer bebês ou crianças com no máximo 3 anos, mas temos com mais idade, até de pré-adolescentes. O perfil da criança disponível para adoção não bate com o perfil procurado pelos casais”, afirmou ela.
http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/54581/Adocoes+voltam+a+crescer

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