sexta-feira, 19 de julho de 2013

DEPOIMENTOS SOBRE ADOÇÃO TARDIA


Camila Lafratta Atualizado em 19.07.2013

Confira três belos relatos de pais que adotaram crianças mais velhas e construíram uma relação de amor
Christian, Áurea e Carla. Três pessoas, três histórias de famílias que se encontraram por meio da adoção.
Christian é pai de Pedro Vinícius, que adotou aos 8 anos de idade, e de Gustavo, adotado alguns anos depois, aos 9. Os dois meninos são irmãos biológicos e, com o pai, formam uma família que passa pelos mesmos desafios (além de alguns diferentes) que qualquer outra.
Áurea e Carla têm histórias um pouco mais diferentes e que se entrelaçam de um jeito curioso: Áurea é mãe de Evelin, adotada aos 4 anos, e Carla é mãe de Laura, que passou a fazer parte da família aos 3 anos. As duas são irmãs biológicas que foram adotadas por casais diferentes. As meninas ainda têm outro irmão, Victor, adotado por uma terceira família. Embora morem em casas diferentes, os pais buscam sempre manter os laços afetivos entre as crianças, mantendo-as constantemente em contato e sustentando o parentesco.

LEIA OS EMOCIONANTES DEPOIMENTOS DESTES TRÊS PAIS.

“NÓS NOS ENCONTRAMOS UNS NOS OUTROS”
Christian Heinlik, pai de Pedro Vinícius e Gustavo
Eu sempre quis ser pai, desde menino. Em determinado momento, comecei a me perguntar “mas como eu vou ser pai?”. Algumas amigas queriam ter filho junto, mas aquilo não cabia muito pra mim. Eu cheguei nos meus 30 anos e a adoção começou a se mostrar o caminho mais bacana, mas eu ainda não sabia bem o que era. Comecei a frequentar o Grupo de Apoio a Adoção de São Paulo (GAASP) e fiquei lá uns dois anos e meio antes de entrar com a papelada mesmo.
No início, eu queria uma duplinha de irmãos e queria que fossem recém-nascidos ou bem novinhos. Com o tempo, fui entendendo que isso tinha mais a ver com os meus medos de como seria adotar uma criança mais velha do que com o meu desejo mesmo – para mim, pai solteiro, um recém-nascido nem fazia tanto sentido assim. Aquela questão que pegava pra mim em relação a adotar uma criança mais velha, aquele “o que ele vai trazer de bagagem?” meio que foi se resolvendo dessa forma: se a gente não acreditar que a gente pode mudar a nossa vida em qualquer idade, se a gente acha que a única etapa da nossa vida que faz sentido é a primeira, então é melhor esperar a morte chegar. Era medo. Aos poucos fui compreendendo que o que importa é o vínculo que se estabelece se você estiver aberto.
O Vini tinha 8 anos quando eu o adotei. Quando fui buscá-lo, ainda não o conhecia, estava com aquele frio na barriga. O primeiro contato foi uma delícia, ele foi super receptivo. Ele não entendia o que era adoção, sabia que tinha ali um cara que vinha buscar ele. Mas eu sabia, fui lá para buscar meu filho - eu já tinha certeza absoluta de que ele era meu filho. Filho a gente não escolhe. Independente de qualquer coisa, ele já era meu.
Naquele mesmo dia, lá na cidade dele, fomos a um restaurante almoçar. Eu fiz o prato dele, dei uma latinha de refrigerante e sentei ele na mesa com a assistente social, o marido e o filho dela. Quando eu voltei, ele tinha pegado cinco copinhos de plástico e separado o refrigerante em partes iguais para que cada um na mesa pudesse beber. Aquilo quebrou minhas pernas. Oito anos, com uma historia de vida que eu sabia que não tinha sido fácil, e ele estava lá dividindo algo dele por igual com um monte de gente. A gente não pode esquecer nunca que as pessoas fazem escolhas e isso as define mais do que o lugar de onde elas vêm.
Encontrar o Vini foi como um encontro de almas. Ele tinha 8 anos quando nos conhecemos, mas tenho certeza de que, desde o momento em que ele nasceu, ele já era meu filho. E essa idade foi a medida certa: ao mesmo tempo em que ele era meu bebezão, pedia colo, eu cantava pra ele dormir, a gente também conversava, discutia, brigava. É claro que tem problemas que são mais específicos. Ele começou a alfabetização aos oito anos, por exemplo. Mas como qualquer filho que tem dificuldade, a gente vai cuidar. Nós sentávamos, líamos, aprendíamos juntos. Ele teve um crescimento muito grande.
Com o Gustavo, o processo foi um pouco diferente. Ele é irmão biológico do Vini, veio pra cá com 9 anos. Ele é mais molecão, passou mais tempo no abrigo, veio com demandas diferentes. Mas a questão é que, naquele momento, eu já era diferente. O acolhimento foi outro, eu já tinha uma visão diferente do que é ser pai. A gente fala muito da criança, sendo que 99,9% dos problemas que podem acontecer vêm da cabeça do adulto. Não importa como aquela criança chegou naquela família, o que importa é como você vai lidar com as questões que ela traz. E a verdade é que todo filho tem que ser adotado, os biológicos também. Você tem que entender que se o seu filho tiver um problema, ele não vai deixar de ser seu filho. A gente tem que olhar pros nossos preconceitos, porque a gente tem um monte. Se você não consegue encarar isso, nem pense em ser pai. Se você consegue, qualquer criança pode ser seu filho.
Teve uma vez que eu e o Vini estávamos discutindo, ele não queria fazer uma tarefa. Chegou um momento em que ele disse “você não é meu pai de verdade”. Eu respondi de cara “você senta a bunda nessa cadeira e faz a tarefa, eu sou seu pai de verdade sim, e mais, é daqui pra sempre”. Ele me olhou com os olhos arregalados, sentou e fez. A verdade é que isso não é diferente do que filhos biológicos falam, “queria ter nascido em outra família”, “não pedi pra nascer”... A diferença é que pais biológicos geralmente não colocam em dúvida o seu direito enquanto pais, e alguns pais adotivos fazem isso. Se um adulto é afrontado com isso e não está preparado, ele desmonta e leva a criança junto – imagina o seu pai não ter confiança de que ele é seu pai de verdade.
Em relação à família biológica, eles têm a diferença de muitas crianças adotadas de terem convivido com a família e se lembrarem dela. O que rola às vezes é aquela questão do “por que não me quiseram?” e a gente conversa. Isso já foi mais presente, hoje o Vini fala menos e o Gustavo fala mais sobre o abrigo, porque passou mais tempo lá. Quando ele diz qualquer coisa, eu busco estimular ele a falar mais, mesmo que sejam lembranças dolorosas. Você não pode ter medo do passado e fingir que ele não aconteceu.
Uma vez o Vini chegou em casa com uma tarefa da escola, tinha que responder várias questões sobre o início da vida. Uma delas era “Por que eu tenho esse nome?” e ele me perguntou. Eu disse “Olha, eu não sei, mas eu acho que Pedro Vinicius é um nome muito forte e muito bonito, e como você é um menino muito forte e muito bonito, deve ter sido por isso”. Ele gostou e escreveu “meu pai não sabe, mas ele acha que...”. Nós fomos construindo essa historia, preenchendo-a. Hoje ele se preocupa menos com isso e mais com a história dele agora. E isso também vai resignificando o meu próprio passado. Eu também tenho minha história, minhas neuras, meus dramas... Nós nos encontramos uns nos outros. Com cuidado, amor, carinho, tudo fica mais fácil e todo mundo ganha.

“GANHEI MAIS QUE UMA FILHA, GANHEI UMA FAMÍLIA EXTENSA”
Áurea Medrado, mãe de Mariana e Evelin

Logo após o nascimento da minha filha Mariana, tive um tumor no ovário e não pude mais engravidar. Até poderia fazer tratamentos, mas não quis passar pelo desgaste e queria muito ter mais filhos. Foi quando decidimos adotar. Resolvemos que não iríamos impor condições em relação ao perfil desejado. A maioria dos casais quer crianças brancas, recém-nascidas, ficam presos na ideia do que eles consideram a “criança ideal” e não aceitam a possibilidade da criança real. Me coloquei à disposição para atender à demanda real.
Em Franca, havia três irmãos (duas meninas e um menino) que já estavam há dois anos disponíveis para adoção: a mais velha era a Evelin, que tinha de 4 para 5 anos. Depois a Laura, a do meio, e o Victor, o mais novinho. Adotar os três não era uma possibilidade, mas resolvemos conhecer a Evelin. Levamos ela para passear, almoçamos, passamos o dia juntos. Na próxima vez, já tínhamos decidido que queríamos adotá-la.
Surgiu a possibilidade de efetuar uma adoção compartilhada, que funciona da seguinte maneira: cada criança seria adotada por uma família diferente, mas nós deveríamos mantê-las sempre em contato. Conversamos com um casal de amigos que também estava esperando uma criança a respeito dessa possibilidade e eles toparam adotar a Laura. Outra família foi contatada a respeito do Victor e, quando todos concordaram, colocamos o processo em ação.
Cada um foi viver com uma família, cada um tem seus pais, mas eles se encontram regularmente. Nós tivemos desde cedo a preocupação de sempre reafirmar que, apesar de eles morarem separados, são irmãos sim. Na minha casa, por exemplo, tem camas para os outros dois virem passar a noite; outro dia, a mãe da Laura me mandou um e-mail chamando a Evelin para passar uma semana com elas durante as férias. É engraçado, mas, no fim, ganhei mais que uma filha, ganhei uma família extensa, que passa pelas mesmas dificuldades e alegrias. A gente tem bastante respeito. Cada um tem o seu filho, cada um pensa de um jeito. Nenhuma das mães jamais interferiu na forma como as outras criam. É mais uma relação de companheirismo: você tem alguém que entende a sua situação, com quem você pode desabafar, se aconselhar, dar apoio.
A relação lá em casa foi se desenvolvendo de uma maneira boa, com desafios que foram surgindo e foram sendo lidados. O começo nunca é fácil. Para uma criança, abandonar algo que ela já conhece e que, por mais que não seja um bom ambiente, é o que lhe dá segurança, sempre gera ansiedade. Especialmente se você considerar o fato de que ela já tinha sido devolvida antes, duas vezes: ela passa por tudo aquilo, toda a preparação e adaptação e depois é devolvida. É natural não confiar. Às vezes, os candidatos idealizam o primeiro encontro, imaginam um amor à primeira vista. Na prática, é um processo delicado de conquista de confiança. Nós tínhamos que conhecer ela e ela tinha que conhecer a gente... É muita coisa, família nova, escola, professores, amiguinhos, cidade diferente.
Para estabelecer a relação de pais e filhos, tanto de afeto quanto de autoridade, é um processo delicado e que não deve ser imposto, mas trabalhado. Não tem como você falar desde cedo “você vai me respeitar porque eu sou sua mãe”, porque isso não faz sentido algum a não ser que seja real. Precisa ir mostrando, conquistando, mostrar que você está lá para dar ordens, mas também para dar carinho. Você não pode cair nas armadilhas, sentir pena porque sabe que ela passou por muitas coisas, mesmo que isso seja natural. A criança sempre vai testar os seus limites, justamente porque ela precisa ter a certeza de que você realmente gosta dela. Muitas pessoas ficam balançadas quando ouvem um “não te obedeço, você não é minha mãe”, mas esse é o momento exato em que você tem que reforçar que é a mãe sim, para que ela pare de duvidar da validade daquele vínculo.
A gente busca sempre deixar uma via aberta de diálogo. É natural que ela tenha curiosidade sobre a família biológica, sobre sua história. Muitas pessoas querem que a criança venha como um papel em branco e ignoram que tudo o que já aconteceu com ela faz parte do que ela é. Ela veio para nossa casa trazendo em sua bagagem muitas lembranças, que foram incorporadas às nossas. Estamos dando sequência à vida dela e, para isso, a questão da adoção precisa ser processada e reprocessada quantas vezes se fizer necessário. Mas também não precisa explicar tudo de uma vez, até porque eles nem sempre têm a maturidade para compreender o que algumas coisas significam. O melhor é você deixar eles virem até você e ir respondendo conforme as dúvidas aparecem. A Evelin às vezes pergunta a respeito da “mãe da barriga dela”. Ela me perguntou “a gente nasce da cor da barriga?”, eu disse que sim, ela respondeu “Ah... então a Mariana nasceu da cor da sua barriga e eu nasci da cor da barriga da minha outra mãe, né?”. É isso. Você esclarece aquela dúvida, ela fica feliz, mais pra frente vão surgir outras... A gente vai levando.
O mais importante é esclarecer desde cedo que ela não tem nenhuma culpa de ter sido abandonada. Um coleguinha da Evelin um dia disse que, quando ele fazia alguma coisa errada, o pai o colocava de castigo, mas era para o bem dele. Ela veio me perguntar o que ela tinha feito de errado que a mãe dela colocou ela de castigo e nunca mais tirou. Ou seja, de alguma forma, ela se sente responsável por ter sido abandonada. A maneira que encontramos de lidar foi dizer “você não fez nada de errado, ela é um anjo que te fez para você ser trazida pra gente”. Vai chegar um momento em que ela vai conhecer mais da sua história, mas isso vai sendo revelado aos poucos, acompanhando a maturidade dela. E, em certa medida, até ela entende isso. Uma vez ela disse que queria conhecer a família dela e perguntou se eu iria junto. Eu disse que sim, ela logo falou, “mas não agora!”. Eu disse “então, vamos combinar que quando você tiver 18 anos a gente vai?”. Ela achou ótimo e já ficou feliz. É tudo que eles querem – saber que nós estamos ali para eles.

“TER, AMAR E EDUCAR UM FILHO É ALGO QUE TRANSCENDE OS LIMITES DO CORPO FÍSICO"
Carla Pujol, mãe de Laura (e de mais uma que ainda está por vir)

Desde que nos conhecemos, eu e meu marido sempre falamos em adoção. Queríamos adotar o segundo filho para compor um casal, portanto, não sabemos dizer ao certo se houve um momento em que tomamos a decisão pela adoção, já que ela sempre foi natural em nossas vidas.
Em 2003, já com sete anos de casados, resolvemos engravidar, mas ao fazer alguns exames descobri um câncer no intestino que me obrigou a passar por cirurgia, quimioterapia e adiou por pelo menos dois anos nossos planos. Quando fui liberada para tentar a gravidez, como era de se esperar, ela não aconteceu, então, demos entrada no processo de adoção. Já que não vinha o filho natural para depois escolhermos o segundo, desfrutaríamos do benefício de escolher o primeiro, o segundo, o terceiro, quantos pudéssemos receber em nossa casa.
Entramos com o processo no segundo semestre de 2006 e, no dia 28 de julho de 2008, recebemos a ligação que nos colocaria em contato com a Laura. Nunca quisemos visitar abrigos, instituições, além de não ser uma prática incentivada pelas autoridades, sempre tivemos a certeza de que tudo acontece na hora certa. No dia 15, ganhamos o direito de trazer a nossa filha para casa. Foram pouco mais de 15 dias bem corridos e intensos. As 24 horas demoravam 48 para passar.
Pessoalmente, vimos a Laura apenas no dia 15 de manhã, no fórum. A conhecíamos apenas por foto. Ela é natural de uma cidade do interior de São Paulo, por isso, tivemos que viajar até lá e passar por entrevistas com os profissionais do fórum local antes de vê-la. O combinado foi que ela seria trazida ao nosso encontro e, caso não quiséssemos dar prosseguimento, fizéssemos um sinal com a mão, mas confesso que toda esta combinação parecia sem sentido: já tínhamos a certeza no coração de que era ela a nossa filha e estava apenas nos esperando chegar. E assim foi: ela entrou na sala lindamente vestida com um vestidinho rosa, clarinho, com laços na cabeça e segurando uma rosa branca que, assim que me viu, me ofereceu, junto com os bracinhos estendidos pedindo e oferecendo um abraço. Adivinha o que aconteceu? Chorei. Choramos todos de muita alegria pelo reencontro - é assim que entendemos e acreditamos, que seja um reencontro, pois a harmonia, o carinho, o amor que há entre nós só se explica entre pessoas que há muito tempo se conhecem.
O encontro no fórum aconteceu por volta das 11h da manhã. Saímos para almoçar todos juntos e às 15h voltamos ao fórum para pegar a autorização de viagem e guarda provisória liberada pelo juiz. A Laura estava feliz e nós ainda mais e, na hora de entrar no carro, de mala e cuia, e deixar a cidade natal, ela simplesmente olhou para as pessoas conhecidas que estavam próximas e disse: "Tchau, vou embora. Te espero em São Paulo." A viagem foi super tranquila. Conversamos, cantamos e, nos momentos em que a pequena de 3 anos e 8 meses adormecia, a gente ficava mudo, apenas sorrindo...
A Laura se adaptou muito fácil à rotina de nossa casa e a toda a família, avós, tios, amigos. Ela é uma menina dócil, questionadora, mas aceita regras, se bem explicadas e combinadas, com facilidade. Ela começou a nos chamar de mamãe e papai logo na 2ª semana conosco e foi de maneira natural, não tivemos que pedir ou ensinar. Nós a chamávamos sempre de filha e no autodenominávamos papai e mamãe, mas sem fazer comentário algum para ela. Isso ajudou a deixá-la à vontade para nos chamar assim também.
Nos primeiros meses de convivência tivemos algumas situações mais difíceis de manha da parte dela, mas nada que seja diferente do que acontece numa relação com um filho biológico. Atribuímos estas "dificuldades" à adoção, apenas por entender que era um período de adaptação, o que sempre causa insegurança, desconforto a qualquer pessoa. Até hoje, quase cinco anos juntos, nunca aconteceu nada que seja digno de nota mais grave ou que pusesse em dúvida nossa decisão pela adoção, ao contrário, estamos tão felizes que nos inscrevemos para uma segunda adoção. Habilitados já há dois anos e meio, aguardamos o reencontro com nossa segunda filha.
Na primeira adoção colocamos no perfil que gostaríamos de uma criança de 0 a 3 anos e sem restrição de sexo ou cor. Ela chegou um pouco mais velha, 3 e 8 meses, o que não causou nenhum problema. Como era o primeiro filho achávamos que seria mais complicado adotar uma criança já em idade escolar. Para segunda adoção, estipulamos uma menina na idade de 2 a 4 anos para que a idade ficasse mais perto da Laura. A opção por menina é porque a Laura pede uma irmã (que more com ela, afinal ela já tem dois irmãos biológicos, mas que foram adotados por outras famílias) e também porque assim o desejamos. Como a Laura já está com 8 anos e meio e a irmã não chegou ainda, estamos pensando em aumentar a faixa etária para 6 anos, afinal, agora nos sentimos preparados para este tipo de desafio e sabemos que poderemos contar com a ajuda de nossa amada "bombom".
A Laura tem uma irmã mais velha que foi adotada por um casal de amigos nossos e um irmão mais novo que foi adotado por uma moça que só conhecemos por conta do processo. Hoje, formamos uma linda e enorme família! Convivemos, passeamos, nos encontramos e nos divertimos muito. As crianças conhecem toda a história e gostam de falar no assunto.
Não temos nenhum tabu em relação a adoção e tratamos do assunto com a naturalidade que ele merece. A Laura fez poucas perguntas até hoje sobre a mãe biológica, mas todas foram respondidas da maneira mais sincera possível dentro do entendimento dela. Fazemos questão de ressaltar a importância dessa mãe, afinal, como eu sempre digo a ela, minha barriga não faz nenê e se ela não tivesse concordado em emprestar a dela para a Laura nascer, nós não teríamos podido nos reencontrar.
Se eu puder deixar uma reflexão para as pessoas que pensam em ter filhos, eu diria que não tenham receio da adoção. Não tive a oportunidade de vivenciar a maternidade biológica, mas afirmo e assino embaixo que ser mãe, ter, amar e educar um filho é algo que transcende os limites do corpo físico, da consanguinidade. A família deve ser construída sobre as bases sólidas do amor, do respeito, da dedicação, da renúncia. Se os pretendentes a papai e mamãe estiverem dispostos a doar de si no exercício destes preceitos, a barriga que gerará e dará cor à semente a ser cultivada não fará a menor diferença.
Ser mãe e pai é serviço constante, sem folga, descanso, férias, remuneração financeira, mas é a tarefa que mais enriquece e enobrece o ser humano!
http://bebe.abril.com.br/materia/depoimentos-sobre-adocao-tardia

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