segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ADOTAR SE MOSTRA OPÇÃO PARA PREENCHER O NINHO VAZIO


26/08/2013
Phyllis Korkki
Aposentados estão derrubando a ideia de finalmente poder descansar e optando por formar uma nova família

Quando muitos de seus contemporâneos estão viajando, conhecendo gente, investindo no intelecto ou simplesmente vivendo a vida, alguns americanos "corajosos" estão derrubando a ideia de "finalmente poder descansar" e optando por adotar.
Com os filhos crescidos, muitos desses pais tardios se veem com a casa vazia, mas ainda com fôlego e disposição de cuidar de crianças. Outros são avós ou parentes mais velhos de pessoas que não têm condições de educar os filhos. Há também aqueles que nunca tiveram filhos e agora encontraram tempo, vontade e condições financeiras para tê-los. Na maioria dos casos, as crianças são mais velhas e têm necessidades especiais. É raro uma pessoa mais velha adotar um bebê.
— Nós sempre achamos que mais aposentados deveriam adotar em vez de ficar jogando golfe — diz Rebecca Gawboy, B 60 anos, que, com o marido, Jim, 76, cuida de 12 crianças com idades entre oito e 19 anos numa casa de nove quartos de uma fazenda em Tower, no Estado de Minnesota.
É o segundo casamento de Rebecca, organizadora comunitária aposentada, e de Jim Gawboy, guarda florestal aposentado. Eles têm três filhos adultos (sendo que um deles, do primeiro casamento de Rebecca, também é adotado) e 11 netos.
— Nasci de pais mais velhos, que me adoravam. Meu irmão e eu tivemos uma infância de sonho — conta Rebecca, explicando que, com o tempo, ela percebeu que os primeiros anos de sua vida tinham sido "um presente incrível" e que, de alguma forma, ela deveria retribuir.
Os Gawboy se registraram como lar temporário em 1996. Adotaram o primeiro filho, uma criança, em 2003. Em 2004, adotaram cinco irmãos de quem já tinham cuidado. Em 2008, adotaram seis irmãos e pararam de oferecer cuidados provisórios. Jim é descendente de índios ojibwe e todas as crianças são nativas.
Chuck Johnson, presidente e CEO do Conselho Nacional de Adoção dos EUA, disse que pessoas de idade mais avançada hoje estão qualificadas para serem pais. Com a expectativa de vida aumentando e a terceira idade se mantendo saudável por mais tempo, a hora parece apropriada para esse tipo de decisão.
Um lugar para passar o Natal
Uma vez que a maioria dos idosos pode adotar crianças mais velhas, a diferença de idade nem sempre é exagerada. Muitos também estão adotando jovens, informa Adam Pertman, diretor-executivo do Instituto de Adoção Donaldson, um grupo de pesquisa sem fins lucrativos e autor do livro Adoption Nation.
— Temos jovens de 21 anos sendo adotados. São adultos, mas querem uma família, um lugar onde passar os Natais.
Quando se opta por crianças mais velhas, é importante lembrar que "grande parte dessa garotada tem algum tipo de necessidade especial", diz Pertman. Elas vão para um lar temporário por alguma razão. Ninguém sofre agressões ou é negligenciado sem consequências.
Esse fato levanta dúvidas sobre a força e a firmeza de um adulto de mais idade em relação aos problemas comportamentais que possam surgir, incluindo agressividade. Por isso, os candidatos precisam demonstrar ter capacidade física e mental para o desafio. Pertman reconhece que os pais mais velhos não têm a energia dos mais novos.
— Por outro lado, eles podem oferecer mais sabedoria.
Como disse Rebecca Gawboy:
— Já somos profissionais, temos bastante experiência.
Ela também a adverte a quem estiver pensando em adotar para evitar criar muitas expectativas.
— Se você espera gratidão eterna e lealdade infinita, então está tomando uma decisão pelas razões erradas. Essas crianças não precisam mostrar gratidão por terem pais amorosos e uma família unida. Isso deve ser natural.
Juanita (E), Shawn e outras 10 crianças encontraram um lar com os aposentados Gawboy Foto: Derek Montgomery / NYTNS
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/vida/noticia/2013/08/adotar-se-mostra-opcao-para-preencher-o-ninho-vazio-4247145.html

Nenhum comentário: