sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Depoimento mostra angústias, incertezas e explosão de alegria dos casais que adotam filhos no TJ da Paraíba


O depoimento foi prestado na tarde desta quarta-feira (23), dentro do Ciclo de Debates sobre o Processo de Adoção, que está sendo promovido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, no Auditório da Escola Superior da Magistratura (Esma), dentro da programação dos 122 anos do TJPB.




Um depoimento emocionado deu a dimensão das angústias, incertezas, conflitos e explosão de alegria (quando concretizado) de um casal no momento de adotar uma criança. Assim foi o testemunho da mamãe adotiva Tatiana, que disse “que falar sobre o processo de adoção era uma volta para o momento do casamento em que o casal sonha com a construção da sua família e derrama muita lágrima, discute com Deus e se vê abandonado enquanto família que deseja”.

O depoimento foi prestado na tarde desta quarta-feira (23), dentro do Ciclo de Debates sobre o Processo de Adoção, que está sendo promovido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, no Auditório da Escola Superior da Magistratura (Esma), dentro da programação dos 122 anos do TJPB.

Em 2010, depois de quase seis anos de casados, Tatiana e seu marido Jefferson não conseguiam ter filhos pelos meios biológicos e, então, em comum acordo, decidiram entrar na fila de adoção. Ela relatou que mesmo sendo estudante de Direito, vendo, lendo e sabendo que deveria entrar na fila de adoção, relutou muito para tanto.

A mãe Tatiana contou que quando decidiu adotar um filho, muita gente veio oferecer crianças. “Você diz que vai adotar uma criança e as pessoas saem, na melhor da boa vontade, querendo ver você feliz, propagando avisando às outras pessoas que você e seu marido querem adotar um filho. Eu e meu marido recebemos, não quero dizer oferta porque eu não quero coisificar o ser humano, mas nós fomos avisados que poderíamos estar recebendo uma criança, burlando a lei. E mesmo sabendo que não podia, todas às vezes, eu disse que ia pegar a criança”, contou, acrescentando que no final entregava tudo à vontade de Deus e terminava obedecendo a lei.

Por fim, em novembro de 2010 o casal se habilitou na lista de adoção, na Vara da Infância e Juventude de João Pessoa, se submetendo a uma entrevista com a psicóloga da Vara, Ana Francisca Bezerra. “Fomos muito bem acolhidos. As pessoas me receberam com acolhimento e isso eu acho que faz toda a diferença. Nós chegamos muito fragilizados por conta de nossas frustrações, o fato de não termos conseguido engravidar”.

O casal recebeu a lista de documentos necessários para se habilitar, a exemplo de atestado de sanidade mental, certidões negativas da justiça, entre outros e tiveram que enfrentar a burocracia necessária e que, segundo ela, causou muita angústia. Disse que depois entendeu que tudo aquilo era necessário, pois era uma lista pensando na criança para que ela fosse inserida em uma família idônea.

Tatiana contou que ouviu muitas histórias distorcidas sobre o processo de adoção e que muitas pessoas disseram que ela não deveria entrar na lista de adoção, porque ia só dificultar.
“As pessoas costumam dizer: o bichinho vai ser adotado e vocês são tão bonzinhos. E isso não é verdade. É preciso acabar com isso. O ser humano precisa de família, a criança dos pais e os pais dos filhos. Não existe coitadinho. A gente adota por amor e não por caridade. Quando uma mulher engravida não engravida por caridade, mas por amor”, enfatizou.

No momento de fazer o perfil da criança que o casal queria adotar, Tatiana contou para ela tanto fazia menino ou menina. No entanto, o seu marido disse que preferia escolher uma menina. Ambos queriam que fosse um bebê. Respeitando a vontade do marido, Tatiana concordou que o perfil da criança fosse um bebê do sexo feminino. Só que, em janeiro de 2012, chegou João Francisco, que trouxe “grande alegria” para os novos papais.

Tatiana enfatizou a necessidade de que todas as Comarcas do Estado contem com uma equipe multidisciplinar para ajudar nos processos de adoção e que nessa equipe estejam pais que passaram pelo processo de adoção, para ajudar os casais que estão enfrentando o processo.
“Com certeza, o testemunho dos pais que já conseguiram adotar vai amenizar a angústia dos que estão tentando adotar. Vão entender o porquê da burocracia, da demora e a importância de fazer tudo legalmente”, arrematou.

http://www.giropb.com.br/noticia/depoimento-mostra-angustias-incertezas-e-explosao-de-alegria-dos-casais-que-adotam-filhos-no-tj-da-paraiba.html 

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