sexta-feira, 25 de outubro de 2013

TEMA “HUMANIZAÇÃO” ABRE CICLO DE DEBATES SOBRE ADOÇÃO NA TARDE DESTA QUARTA-FEIRA NA ESMA


23/10/2013

“A adoção não é um processo operacional, mas principalmente afetivo”. Com esta assertiva, o professor e psicólogo Luiz Schettini Filho abriu os trabalhos da tarde desta quarta-feira (23), do Ciclo de Debates e Conferências sobre Processos de Adoção no Estado da Paraíba.
Com a palestra “A humanização no processo de adoção”, o psicólogo pontuou a necessidade de se levar em conta as peculiaridades das pessoas na aplicação das leis, e o trato humanizado de cada ente envolvido nos processos adotivos, como juízes, promotores, servidores.
“As individualidades precisam ser olhadas com ternura”, disse o professor, pai de cinco filhos adotivos, que defende que a preparação para lidar com ‘pessoas’ transcende à preparação técnica.
Luiz Schettini também afirmou que houve um progresso de todas as instituições envolvidas nos processos de adoção em direção à humanização. “Mas estamos evoluindo de forma desproporcional em relação à amplitude das necessidades das crianças e adolescentes que estão sem família”.
Para ele, o Poder Judiciário tem um papel fundamental na elaboração de outras perspectivas sobre o tema, por ter abrigado novas ideias sobre adoção. “São instrumentos importantíssimos, que abriram toda a discussão sobre a humanização neste sentido”, complementou.
A palestra foi seguida de uma roda de diálogos sobre o tema “Adoção na Perspectiva de quem é adotado”, que contou com as psicólogas Ana Francisca Figueiredo e Suzana Sofia Schettini, além de Cristiane Farias, que falou sobre sua condição de filha adotiva.
De acordo com Suzana, é preciso investir na verdade, no direito à história de origem e nos Grupos de Apoio à Adoção, que vão oferecer aos pais adotantes toda uma vivência prática dos processos, promovendo a troca de informações e experiências entre as famílias que adotam filhos. “Uma adoção, onde os pais adotivos são bem preparados, reduz o risco de ser mal sucedida, pois eles estarão mais confiantes e conscientes de cada grau de desenvolvimento”, afirma.
Ela acredita que nunca é muito cedo para se contar a verdade e que a palavra “adoção” deve ser desmistificada e inserida no ambiente de forma natural. “A criança adotiva vai ter sempre dois casais parentais na sua história: pessoas que a geraram e pessoas que a transformaram em filho. Não falar sobre isso, vai criar fantasias na cabeça dela, curiosidades sobre os motivos pelos quais ela foi adotada, inseguranças e futuros sofrimentos”, declarou.
O evento, que ocorre na Escola Superior da Magistratura (Esma), faz parte da programação especial pelos 122 anos do Tribunal de Justiça da Paraíba, que iniciou na segunda-feira (21) e segue até esta sexta-feira (25).
http://www.tjpb.jus.br/tema-humanizacao-abre-ciclo-de-debates-sobre-adocao-na-tarde-desta-quarta-feira-na-esma/

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