domingo, 24 de novembro de 2013

MÃE ENTREGA SEUS FILHOS PARA ADOÇÃO, MAS NÃO QUER MORRER SEM ABRAÇÁ-LOS


09.11.2013

Quem vê a catadora de reciclagem Antônia Selma Soares, 51 anos, não imagina o sofrimento e o dilema vividos por ela. Mãe de cinco filhos, disse que não quer morrer sem ver seus filhos que foram entregues para adoção. Antônia conta que seu ex-marido bebia demais e o dinheiro que o casal conseguia trabalhando ia tudo para sustentar seu vício com a bebida. Por causa desse vício, que além de tornar seu esposo agressivo, a situação agravou-se a um ponto em que ela foi obrigada a se desfazer do bem mais precioso de sua vida que eram seus filhos. Muito emocionada, Antônia que vive do trabalho de recolher materiais reciclados, disse: “Não me perdôo por ter dado meus filhos para adoção, mas naquele momento foi a única saída que encontrei; hoje eu sinto tudo, menos alegria, entrei num desespero enorme e tomei a pior decisão da minha vida por não saber lidar com a situação, e hoje eu pago o preço do meu desespero, sinto uma saudade imensa deles!”.

O FILHO DOADO EM CAMPINAS
É difícil julgar uma mãe que entrega o filho em adoção. Condenada ao silêncio, essa mulher vive isolada e paga os pecados por seu ato impensado. “É uma situação de luto, de perda de amor-próprio e do sentido da vida”, disse a psicóloga Maria Helena Wastikc.
Antônia conta que as adoções começaram primeiro pelo seu filho mais velho. Antonia disse que morava em Campinas numa situação de extrema pobreza e muitas das vezes ela tinha que se valer da ajuda e caridade de outras pessoas. Um dia seu marido chegou em casa bêbado e chutou o pequeno Everton como se fosse uma bola, ela desesperada disse a ele que se for para judiar seria melhor entregar o garoto para outra família criar; ele concordou. Naquele dia a assistente social foi buscar o menino e ele foi entregue para adoção. Antônia disse que chorava dia e noite a separação de Everton, ela disse que se arrependeu, tentou consegui-lo de volta, mas a justiça não voltou atrás.

SUA FILHA É LEVADA PARA UMA FAMILIA EM BAURU
Antônia conta que estava morando na cidade de Tupã. levando uma vida difícil; uma mulher que morava perto de sua casa começou a pedir que ela lhe desse a sua filha Silvia Leticia. Ela conta que a menina era muito linda e chamava a atenção de todos: Silvia tinha cabelos loiros e olhos azuis, era uma verdadeira boneca que encantava a todos que a viam. Antônia lembra que essa vizinha vivia pedindo a menina com promessa que essa criança seria adotada por uma família com posses, o que garantiria o futuro da menina. Antônia conta que não tinha emprego e não via perspectiva de melhoras em sua vida naquela cidade. Não enxergava um futuro nem para ela nem para a menina. Eis que, num daqueles dias de desespero, quando tudo ia mal, não tinha dinheiro para pagar as contas e em casa estava faltando o básico, não tinha nem o que comer, sua vizinha, aproveitando-se da fragilidade que a atingia e vendo que ela estava com o psicológico abalado, sugeriu que ela entregasse a menina para adoção, foi aí que a linda garotinha foi levada para uma família de Bauru. Depois desse fatídico dia, ela nunca mais viu o sorriso de Silvia Letícia.

UM FILHO, HOJE ADULTO, MORA EM QUATÁ
Outro filho, de nome Daniel, foi criado por parentes e hoje é casado e mora em Quatá. Ele foi bem pequeno para a casa de uma tia num momento em que ela tinha os mesmos problemas: dificuldades financeira e falta de condições para criar o seu filho. Mesmo estando tão perto, Daniel não quer ver sua mãe biológica, e diz que sua mãe é a tia que o criou. Antônia emocionada disse: “eu queria que ele soubesse que eu fiz isso para o seu bem, preferi perder a sua companhia a vê-lo passando necessidade do meu lado”

“DOEI MEUS FILHOS E, APESAR DA DOR, FOI UM ATO DE AMOR”
Antônia, que é religiosa, para explicar seu gesto de ter doado seus filhos para adoção cita uma passagem bíblica bastante conhecida, a história que versa sobre a sabedoria de Salomão: “duas mulheres foram até ele exigindo, ambas, a guarda de uma criança. Uma delas disse que a outra havia dormido em cima de seu verdadeiro filho, matando-o sufocado. Ela então trocou as crianças, enquanto a outra dormia com seu bebê saudável. Entretanto as duas diziam ser a mãe do bebê. Salomão mandou que trouxessem uma espada para cortar ao meio a criança viva e dar uma metade para cada mulher. A falsa mãe deu de ombros, mas a verdadeira desesperou-se e disse: “Entregue a criança viva a ela, pois prefiro perdê-la a vê-la morta”. Salomão então deu o bebê à mulher que nutria verdadeiro amor pelo filho, que preferiu doar.
“Essa minha escolha de doar os meus filhos para as outras famílias foi porque eu os amo muito e, ao invés de vê-los sofrer, passando por necessidades, escolhi entregá-los para a adoção”. Concluindo, disse: “Apesar de muitas pessoas me criticarem, ninguém sabe o vazio grande que sinto dentro de mim. Sinto muito a falta dos meus filhos; à noite, às vezes, eu os vejo em sonho, o que aumenta mais ainda o meu sofrimento.
Eu não quero morrer sem um dia poder abraçá-los e explicar a eles que eu os doei para outras famílias por amor, para não vê-los sofrer.
Hoje seu único sonho é poder abraçar seus três filhos e dizer que escolheu o melhor caminho para eles
A catadora de papel não resistiu ver o marido bêbado judiando do filho e entregou-o para adoção, em Campinas
http://www.folhadaestancia.com.br/site/?p=7771
MÃE ENTREGA SEUS FILHOS PARA ADOÇÃO, MAS NÃO QUER MORRER SEM ABRAÇÁ-LOS
09.11.2013

Quem vê a catadora de reciclagem Antônia Selma Soares, 51 anos, não imagina o sofrimento e o dilema vividos por ela. Mãe de cinco filhos, disse que não quer morrer sem ver seus filhos que foram entregues para adoção. Antônia conta que seu ex-marido bebia demais e o dinheiro que o casal conseguia trabalhando ia tudo para sustentar  seu vício com a bebida. Por causa desse vício, que além de tornar seu esposo agressivo, a situação agravou-se a um ponto em que ela foi obrigada a se desfazer do bem mais precioso de sua vida que eram seus filhos. Muito emocionada, Antônia que vive do trabalho de recolher materiais reciclados, disse: “Não me perdôo por ter dado meus filhos para adoção, mas naquele momento foi a única saída que encontrei; hoje eu sinto tudo, menos alegria, entrei num desespero enorme e tomei a pior decisão da minha vida por não saber lidar com a situação, e hoje eu pago o preço do meu desespero, sinto uma saudade imensa deles!”.

O FILHO DOADO EM CAMPINAS
É difícil julgar uma mãe que entrega o filho em adoção. Condenada ao silêncio, essa mulher vive isolada e paga os pecados por seu ato impensado. “É uma situação de luto, de perda de amor-próprio e do sentido da vida”, disse a psicóloga Maria Helena Wastikc.
Antônia conta que as adoções começaram primeiro pelo seu filho mais velho. Antonia disse que morava em Campinas numa situação de extrema pobreza e muitas das vezes ela tinha que se valer da ajuda e caridade de outras pessoas. Um dia seu marido chegou em casa bêbado e chutou o pequeno Everton como se fosse uma bola, ela desesperada disse a ele que se for para judiar seria melhor entregar o garoto para outra família criar; ele concordou. Naquele dia a assistente social foi buscar o menino e ele foi entregue para adoção. Antônia disse que chorava dia e noite a separação de Everton, ela disse que se arrependeu, tentou consegui-lo de volta, mas a justiça não voltou atrás.

SUA FILHA É LEVADA PARA UMA FAMILIA EM BAURU
Antônia conta que estava morando na cidade de Tupã. levando uma vida difícil; uma mulher que morava perto de sua casa começou a pedir que ela lhe desse a sua filha Silvia Leticia. Ela conta que a menina era muito linda e chamava a atenção de todos: Silvia tinha cabelos loiros e olhos azuis, era uma verdadeira boneca que encantava a todos que a viam. Antônia lembra que essa vizinha vivia  pedindo a menina com promessa que essa criança seria adotada por uma família com posses, o que garantiria o futuro da menina. Antônia conta que não tinha emprego e não via perspectiva de melhoras em sua vida naquela cidade. Não enxergava um futuro nem para ela nem para a menina. Eis que, num daqueles dias de desespero, quando tudo ia mal, não tinha dinheiro para pagar as  contas  e em casa estava faltando o básico, não tinha nem o que comer, sua vizinha, aproveitando-se da fragilidade que a atingia e vendo que ela estava com o psicológico abalado, sugeriu que ela entregasse a menina para adoção, foi aí que a linda garotinha foi levada para uma família de Bauru. Depois desse fatídico dia, ela nunca mais viu o sorriso de Silvia Letícia.

UM FILHO, HOJE ADULTO, MORA EM QUATÁ
Outro filho, de nome Daniel, foi criado por parentes e hoje é casado e mora em Quatá. Ele foi bem pequeno para a casa de uma tia num momento em que ela tinha os mesmos problemas: dificuldades financeira e falta de condições para criar o seu filho. Mesmo estando tão perto, Daniel não quer ver sua mãe biológica, e diz que sua mãe é a tia que o criou. Antônia emocionada disse:  “eu queria que ele soubesse que eu fiz isso para o seu bem, preferi perder a sua companhia a vê-lo passando necessidade do meu lado”

“DOEI MEUS FILHOS E, APESAR DA DOR, FOI UM ATO DE AMOR”
Antônia, que é religiosa, para explicar seu gesto de ter doado seus filhos para adoção cita uma passagem bíblica bastante conhecida, a história que versa sobre a sabedoria de Salomão: “duas mulheres foram até ele exigindo, ambas, a guarda de uma criança. Uma delas disse que a outra havia dormido em cima de seu verdadeiro filho, matando-o sufocado. Ela então trocou as crianças, enquanto a outra dormia com seu bebê saudável. Entretanto as duas diziam ser a mãe do bebê. Salomão mandou que trouxessem uma espada para cortar ao meio a criança viva e dar uma metade para cada mulher. A falsa mãe deu de ombros, mas a verdadeira desesperou-se e disse: “Entregue a criança viva a ela, pois prefiro perdê-la a vê-la morta”. Salomão então deu o bebê à mulher que nutria verdadeiro amor pelo filho, que preferiu doar.
“Essa minha escolha de doar os meus filhos para as outras famílias foi porque eu os amo muito e, ao invés de vê-los sofrer, passando por necessidades, escolhi entregá-los para a adoção”. Concluindo, disse: “Apesar de muitas pessoas me criticarem, ninguém sabe o vazio grande que sinto dentro de mim. Sinto muito a falta dos meus filhos; à noite, às vezes, eu os vejo em sonho, o que aumenta mais ainda o meu sofrimento.
Eu não quero morrer sem um dia poder abraçá-los e explicar a eles que eu os doei para outras famílias por amor, para não vê-los sofrer.
Hoje seu único sonho é poder abraçar seus três filhos e dizer que escolheu o melhor caminho para eles
A catadora de papel não resistiu ver o marido bêbado judiando do filho e entregou-o para adoção, em Campinas
http://www.folhadaestancia.com.br/site/?p=7771

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