terça-feira, 27 de maio de 2014

ADOÇÃO: O INTERESSE DA CRIANÇA OU DO ADOLESCENTE DEVE SER PRIORIDADE


27/05/2014
A defensora pública Rita Bicudo falou sobre a lei municipal que oferece ajuda de custo aos funcionários públicos que desejam adotar
Até a próxima sexta-feira (30 de maio) estará acontecendo em Campos a 1ª Semana Municipal de Incentivo a Adoção. A semana faz parte do Projeto de Lei 0306/2013, criado pela vereadora Linda Mara, com o objetivo de esclarecer possíveis dúvidas sobre o processo de adoção através de ações como estandes, palestras e visita às casas de acolhimento. A defensora pública, Rita Bicudo, disse que os estímulos à adoção são fundamentais para desmistificar o ato e proporcionar um bom lar às crianças e adolescentes que, por diversas razões, não tiveram essa oportunidade.
Segundo Rita, o foco da adoção deve ser sempre a criança. “O interesse da criança deve vir em primeiro lugar. Afinal, o objetivo da ação é tirar essa criança do abrigo e dar um lar a ela, já que existem diversas famílias que têm o desejo de ter um filho, mas por algum motivo, não tiveram. Ou aquelas que já têm seus filhos biológicos, mas guardam o desejo de adotar”, explicou. A defensora lembrou ainda que existe um projeto do Tribunal de Justiça para que as crianças não fiquem mais de dois anos nos abrigos.
O projeto soma-se ao programa da Prefeitura de Campos, "Um lar para mim", cujo objetivo é oferecer uma ajuda de custo aos funcionários públicos municipais que adotarem crianças e adolescentes. O auxílio-adoção será concedido de acordo com a idade da criança ou adolescente. A família que acolher crianças de 5 a 8 anos receberá o valor de dois salários mínimos; de 8 a 12 anos, três salários; de 12 até 18 anos, quatro salários mínimos; e por acolhimento de criança ou adolescente portador de deficiência, do vírus HIV ou de outras doenças graves, a família receberá cinco salários mínimos.
Sobre o auxílio-adoção, a defensora disse que o processo de adoção utilizado pelo Juizado da Infância e do Adolescente vai além da questão financeira. De acordo com Rita, existe um acompanhamento de uma equipe interdisciplinar que avalia a família como um todo. Para ela, se o auxílio tiver a finalidade de proporcionar melhores condições para a criança, não há motivos para ser contra. “O que não pode acontecer é adotar com o foco no dinheiro. Nesse caso, acontecerá uma ilegalidade inversa. Mas e esse valor for um estímulo para a adoção, eu sou totalmente a favor”, explicou.
A missionária Adriana Tudesco Crespo Diogo, 47 anos, tem nove filhos biológicos e outros nove adotados. Todos entre cinco e 27 anos. Segundo ela, é complicado pensar que o amor gera dinheiro.
“Pessoas ricas e pobres têm filhos biológicos. Da mesma forma, pessoas ricas e pobres podem ter filhos adotivos. Eu sou a favor de programas que esclareçam o processo de adoção, mas, na minha opinião, o dinheiro não desperta o amor, que é o elemento fundamental para adotar uma criança ou adolescente”, disse.
Adriana disse que as pessoas acreditam que existe muita burocracia no processo de adoção, mas se o objetivo for adotar uma criança de mais de cinco anos, as facilidades são muitas. “É só procurar o juizado e demonstrar o interesse: a criança já está lá nos abrigos nos esperando”, explicou.
“Eu, meu marido e meus filhos passamos por muitas dificuldades financeiras. Mas Deus tocou o nosso coração e nós aceitamos o desafio e somos muito felizes. Nunca faltou amor dentro da nossa casa. E o amor supera todas as dificuldades”, finalizou.
Adoção: o interesse da criança ou do adolescente deve ser prioridade (Foto: sxc.hu)
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