terça-feira, 18 de novembro de 2014

O QUE É UMA FAMÍLIA, AFINAL?


16/11/2014
Por Mari
O Projeto de Lei que ficou conhecido como “Estatuto da Família” quer nos convencer que famílias são apenas aquelas formadas por um núcleo de um homem e uma mulher.
Ou, nas palavras do seu relator, Ronaldo Fonseca (PROS-DF): Família é constituída por marido e esposa, papai e mamãe. As próprias pessoas que reivindicam esses direitos não existiriam se não fossem o papai e a mamãe. Se querem viver juntos, isso é problema deles, mas a sociedade não é obrigada a seguir o modelo que um grupo quer.
Acontece que, bom, nós sabemos que não é bem assim. Não existe um só formato familiar e dizer isso é ignorar todas as outras famílias. Um bom exemplo disso é que, segundo o IBGE, em 2012 o número de famílias formadas apenas por uma mãe solteira com filhos era de 12,2%.
A parcela significativa de mães solteiras vai continuar invisível para estes senhores até quando?
O mais sem noção nessa ideia talvez seja que ela tenha surgido como uma maneira de fortalecer a família no contexto contemporâneo, marcado por drogas e violência doméstica. Mas nós bem sabemos que o conceito de Família Tradicional não é, necessariamente, uma coisa boa e, menos ainda, a resposta para este tipo de problema.
Trago um exemplo. Esse jovem americano ficou famoso por sua defesa da família amorosa, não da tradicional:
Além disso: violência doméstica, moço? Essa expressão, além de machista, ainda naturaliza uma coisa que não deveria ser naturalizada (nem deveria ser relacionada com a família): violência.
Mas o moço Fonseca não se abala com dados do mundo real. E segue:
Não é questão de perseguição, é que na proteção especial do Estado para a família em que está configurada a integridade da família, o Estado não pode simplesmente reconhecer que dois homens querem viver como família. Que história é essa? Dois marmanjos? Qualquer pessoa que se junta agora é família? Se duas mulheres querem fazer sexo, que façam, mas que não busquem a proteção do Estado.
Essa afirmação, pra mim, tem um subtexto muito forte: o Estado deve proteger os cidadãos, se um casal de mulheres não tem direito à proteção do Estado, o moço está dizendo que elas não são cidadãs?
E calma que tem mais horror:
Eu estou colocando no relatório a proibição da adoção (por casais do mesmo sexo). Se o Artigo 227 (da Constituição Federal) diz que a família é para proteger a criança, como é que dois homens, duas mulheres que são homossexuais que dizem ser pais, querem adotar? Adotar para satisfazer a eles ou a criança? A adoção é para contemplar o direito da criança, não do adotante.
Se vamos falar das crianças, melhor é ouvir elas :
E daí eu te pergunto: tu quer viver num mundo onde o ódio é mais definitivo na conceituação da formação de famílias que o amor?
Eu não quero.
Por isso convido todas vocês maravilhosas (e maravilhosos) que concordam comigo a opinar na enquete da Câmara: NÃO, o conceito de núcleo familiar não deve ser apenas aquele formado por um homem e uma mulher. Isso é ideia de cabecinha de fezes.
A enquete não influencia diretamente na votação, mas é uma bela maneira de dizer: mano, se liga. E, acreditem, ainda que o NÃO esteja ganhando, é por uma diferença muito muito pequena.
http://lugardemulher.com.br/o-que-e-uma-familia-afinal/
VOTE NÃO:
http://www2.camara.leg.br/…/101CE64E-8EC3-436C-BB4A-457EBC9…

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