terça-feira, 14 de julho de 2015

COR DA PELE E ATÉ DOS OLHOS SÃO ‘CRITÉRIOS’ PARA REJEIÇÃO DE CRIANÇAS EM AL


30/06/2015
Por: Redação em
Dados do CNJ apontam 'adoção zero' no 1º semestre de 2015 no estado, mas juiz contesta número.
O juiz substituto da 28ª Vara Cível, Ney Alcântara, afirmou, nesta terça-feira (30), que muitas famílias habilitadas para adoção de crianças em Maceió as rejeitam devido à cor da pele, dos olhos, e até por apresentar alguma deficiência física. À Rádio Gazeta, o magistrado disse reconhecer que, apesar do esforço das equipes que assistem as crianças em abrigos, o processo de adoção ainda é considerado lento, sobretudo, na capital alagoano, questionando, porém, informação dando conta de que nenhuma criança foi adotada, em Alagoas, neste primeiro semestre de 2015.
De acordo com Alcântara, atualmente, cerca de 80 famílias estão habilitadas pela Justiça a adotar crianças no estado – cerca de 60 delas aguardam um novo lar. Segundo o magistrado, a Justiça assegura às famílias o ‘direito’ de escolher o perfil da criança a ser adotada, reconhecendo, no entanto, que esta seletividade atrapalha o processo de adoção.
“As crianças não podem ser tratadas como uma mercadoria. Minha experiência mostra que algumas famílias escolhem a criança pela cor do olho, cor da pele e até por uma feição bonita. Crianças com dificuldades físicas também sofrem com esta situação. Imagino que isso acontece porque eles [casal] observam que a criança não é aquele boneco que a família sonhou ou viu na televisão. Adoção é um ato de amor”, alertou o magistrado.
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que Alagoas é um dos 11 estados que não registrou nenhuma adoção este ano. Os dados, porém, são contestados pelo magistrado. Alcântara lembra que, apenas este ano, houve, ao menos, seis adoções autorizadas por ele, número que, ainda assim, é considerado muito baixo se comparado ao dos últimos anos.
Sobre o reduzido número de adoções em 2015, Ney Alcântara diz acreditar que a falta de um juiz titular na 28ª Vara Cível contribui diretamente ao problema. Outro fator considerado um obstáculo é a idade das crianças postas à adoção. “Elas vão sendo preteridas ao passo em que vão envelhecendo”, emendou.
“Acredito que, se houver a efetivação de um magistrado na referida vara, a situação do baixo número de adoções tende a mudar. Teremos, com isso, uma maior agilidade na tramitação dos processos relativos à adoção em Alagoas”, pontuou o magistrado, em entrevista ao Ministério do Povo.
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