segunda-feira, 16 de novembro de 2015

FILHOS ADOTIVOS FALAM DA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA (reprodução)

14 de novembro de 2015
Informar sobre adoção, desde cedo, seria o segredo para um convívio saudável entre pais e filhos
Sul Fluminense
Na semana em que se comemorou o Dia Mundial da Adoção (9 de novembro), filhos que tiveram a experiência de terem sido adotados, no passado, falam sobre a relação com pais, irmãos e o acolhimento que receberam de suas famílias de “coração”. A estudante universitária Mariana da Silva Marques, de 24 anos, foi adotada quando ainda era bebê por um casal que não pôde ter filhos biológicos. Conforme ela faz questão de afirmar, a decisão tomada pelos pais foi a melhor coisa que aconteceu em toda a sua vida. “Eu só tenho que agradecer por ter sido escolhida, pelos meus pais, para receber o amor que eles guardaram, durante anos, para o filho biológico que não puderam ter”, destaca Mariana.
Segundo a universitária, que pensa em um dia se tornar mãe adotiva, os pais sempre fizeram questão de esclarecer que ela era adotada, e isso contribuiu muito para que tivesse consciência da importância e de como foi grande foi o ato de amor que tiveram com ela. “Falar da adoção, e de como esse gesto de amor pode mudar a vida, a realidade, de várias crianças, como foi o meu caso, que estava em um orfanato, é o mais importante para que a relação entre pais e filhos adotivos dê certo”, destaca a estudante, ao ressaltar que nunca teve problemas com tios, primos ou outros familiares, pelo fato de não ser filha biológica de seus pais.
Sem despertar nenhum interesse pela sua verdadeira origem, a atendente Laura Alves Machado, de 19 anos, é outra que também se orgulha de ter sido adotada por um casal. Conforme conta, ela foi acolhida pelos pais ainda na maternidade e, desde pequena, também sempre soube que era filha adotiva. “Não me recordo, ao certo, a idade. Mas, quando ainda era bem pequena meus pais me contaram que eu era adotada e, desde então, isso nunca fez diferença na nossa relação e no amor que sentimos uns pelos outros”, ressalta Laura, que é a filha única de um casal, ambos com 65 anos.
CASOS NA FAMÍLIA
Segundo Laura, além dela, tanto na família da mãe, quanto na de seu pai, também existem outros filhos adotivos. Isso, segundo ela, faz com que a relação com os familiares fosse a mais natural, possível, ao longo dessas quase duas décadas. “Tenho primas que também foram adotadas e esse assunto é visto na nossa família como uma coisa muito saudável. Sou muito feliz com a família que tenho e não sei qual teria sido meu destino, se seria tão feliz assim, se estivesse com a minha família biológica”, ressalta a atendente, ao acrescentar que sua maior torcida é para todas as crianças, que hoje estão abandonadas em orfanatos, também consigam, um dia, um lar e uma família que também os amem. “Pai e mãe, é realmente quem cria e oferece amor”, enfatizou.
GRATIDÃO ETERNA
A advogada Jaqueline da Silva Tamborino, de 32 anos, também foi adotada, ainda recém nascida, e recorda que aos seis ano de idade foi informada pelos pais quede que não era filha biológica. Isso, segundo ela, fez toda a diferença no sentimento que, até hoje, tem pelo casal que a escolheu. “É um sentimento de eterna gratidão. Eu e meus irmãos, que também são adotados, fomos criados com muito amor. Se nossos pais não tivessem nos adotado, não sabemos qual seriam nossos destinos”, ressaltou Jaqueline, que tem uma filha biológica e já despertou a vontade de também adotar uma criança.
De acordo com Jaqueline, ter ficado sabendo, desde pequena, que era filha adotada, fez com que ela entendesse e reconhecesse o grande gesto de amor que seus pais tiveram com ela. Por isso, ela aconselha a todos os casais, que têm a vontade de adotar, que também optem por esse gesto que, conforme classifica, é de muita bondade.
“Essas casais, que não podem ter filhos, vão ter a oportunidade de mudar a vida de uma criança. E, a partir do momento que essa criança descobre que pode ter tido seu destino mudado, para uma vida melhor, a gratidão é o que prevalece, fazendo com que haja uma grande transformação na vida dessas pessoas. O que importa não é o DNA, mas sim a criação, o carinho, o amor, a forma de ensinar e educar, finalizou a advogada.
FISICAMENTE PARECIDOS
Uma situação muito comum, entre casais que adotam seus filhos, é a semelhança física que, muitas das vezes, as crianças passam a ter com os pais. De acordo com a psicóloga Dayana Cristina da Silva, em muitos casos de adoção isso ocorre porque, conforme apontam estudiosos do assunto, os filhos tornam-se parecidos com os pais adotivos por duas razões: uma delas é que, em função do convívio diário, muitos passam a imitar gestos faciais, o que faz com que a musculatura passe a funcionar como o do pai ou da mãe adotiva. Já outro motivo é que o fato de que o nosso organismo tende a funcionar de maneira parecida com pessoas com quem convivemos.
– O organismo passa a ser estimulado e a funcionar da mesma forma das pessoas que convivem no mesmo ambiente. Com isso, estímulos sensoriais, alimentação, modo de agir, sorrir, entre outras ações, tendem a se tornar semelhantes – explicou Dayana.
Por Roze Martins
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)



Reproduzido por: Lucas H.

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