quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

IDOSA BUSCA AJUDA PARA REVER FILHAS ADOTADAS NA SUÍÇA (reprodução)

30/11/2015
Por Alenita Ramirez/AAN
Uma dona de casa de 59 anos, de Campinas, busca ajuda para pagar pelo menos a metade do valor das passagens entre a Suíça e Brasil para reencontrar duas filhas que não vê há 25 anos, e dois netos, um menino de 11 anos e uma menina de 1 ano e meio, que não conhece. As mulheres, hoje com 35 e 33 anos, foram entregues para a adoção quando eram crianças.
A viagem para o Brasil das duas moças e do menino de 11 anos está orçada em cerca de 2 mil euros - o equivalente a R$ 8.414,00. Apesar de ter seu terreno no Residencial Parque São Bento, na região do Campo Grande, Ionice Lino vive com uma filha, a atendente de call center Graciela Almeida dos Santos, de 29 anos, e a família não tem condições de bancar a viagem de reencontro, marcado para março do ano que vem. "É meu sonho ver minhas filhas. Eu nunca quis doá-las", afirmou. O mês foi escolhido por causa das férias das mulheres.
Ionice teve sete filhos. A última vez que ela viu as filhas Cláudia e Andreia, as garotas tinham 9 e 6 anos, respectivamente. Na época, as irmãs vivam em um colégio interno em Capivari e foram levadas para o local pela própria Ionice, que morava nas ruas. "Sofri muito na vida. Não tinha onde morar, mas nunca quis doar minhas filhas. Eu as deixei no colégio para trabalhar e conseguir um lugar para morar" , disse a dona de casa.
A localização das filhas na Europa só foi possível graças aos esforços da filha Graciela. Depois de procurar no internato e na Justiça de Capivari, a call center descobriu que as irmãs tinham sido doadas para um casal de alemães. Através do nome do pai adotivo das moças, ela conseguiu achar Cláudia através do Facebook. "Ela está casada e o sobrenome mudou. Achei uma Cláudia e minha mãe a reconheceu pela foto. Mandamos mensagem, mas ela não respondeu. Busquei algumas amigas dela e descobrimos que a Cláudia não acessava o Facebook. Pedimos ajuda de uma amiga dela para nos colocar em contato e ela o fez", contou Graciela.
Cláudia fala espanhol e a partir de então, ela e Graciela começaram a trocar informações pelo WhatsApp. Como a família adotiva contou sobre a adoção no Brasil, Cláudia conhecia parte de sua vida e passou a ter desejo de rever a mãe e conhecer os irmãos brasileiros. "Eu não as conheço, mas tenho muita vontade de ver minhas irmãs" , disse a atendente.
Cláudia trabalha como caixa em um supermercado e Andreia, como faxineira em uma escola.
Além de Cláudia e Andreia, também foi entregue a adoção um filho de Ionice, Ricardo, que hoje teria 31 anos. "Descobrimos que ele foi entregue a uma família de Amparo, mas ele morreu há cerca de cinco anos", contou Ionice.
A família foi separada por causa do destino, segundo a dona de casa. Aos 19 anos ela engravidou da primeira filha. Na época, o pai da criança não quis assumir a filha, Claudineia, e Ionice perdeu a cabeça e foi morar nas ruas. Pouco mais de um ano depois engravidou do segundo filho, Claudinei. "Comecei minha vida errada. Os pais não quiseram assumir os filhos", lamentou.
Na época, morava em Elias Fausto e com o casal de filhos acabou conhecendo o lavrador Márcio Leme da Silva, com quem viveu seis anos e teve mais três filhos: Cláudia, Andreia e Ricardo. Cansada das críticas e xingamentos do companheiro, ela pegou os cinco filhos e voltou para as ruas e então peregrinou em várias cidades da região de Campinas.
Em uma das cidades soube que em Capivari existia um colégio interno para meninas e foi lá que Ionice deixou as três filhas. "Fui para São Paulo com os meninos, mas eles também foram tirados de mim. Continuei nas ruas e na Praça da Sé engravidei da Graciela. Eu sempre peço perdão a esta minha filha, pois é a única que não sei quem é o pai. E ela me ajuda muito", contou.
Quando Graciela tinha 2 anos, a dona de casa conheceu um outro homem e teve Damiela, a única que recebeu o nome do pai, já que ele a registrou. No entanto, por ser alcoólatra, Ionice o abandonou em Aquidauana, no estado do Mato Grosso do Sul. "Quando o deixei, vim direto para Campinas. Comprei um barraco no Jardim Campos Elíseos e a partir de então comecei a ajuntar meus filhos. Lutei muito e levantei minha cabeça. Consegui ser camelô e Deus me abençoou. Cheguei a ter uma casa grande no bairro Padre Manoel de Nóbrega, mas tive que vender porque fiquei doente", contou.
Quem quiser ajudar a família, pode doar qualquer valor para:
Caixa Econômica Federal
Agência: 4898
Conta Corrente: 00020878-0
O telefone de contato é 9-8867-8522 com Graciela.

Original disponível em: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/11/campinas_e_rmc/402113-idosa-busca-ajuda-para-rever-filhas-adotadas-na-suica.html

Reproduzido por Lucas H.

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