quarta-feira, 30 de março de 2016

EXISTEM SEIS FAMÍLIAS PARA CADA CRIANÇA NA FILA DE ADOÇÃO NO BRASIL (Reprodução)

28 de mar de 2016
Por: Kelem Santos
Dia 25 de maio é o dia nacional da adoção. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que não há muito para comemorar. As exigências dos pais em relação à criança a ser adotada, faz com que muitas crianças vivam toda sua infância na espera de um lar.
De acordo com dados da Unicef, 3,7 milhões de crianças brasileiras são órfãs de pai ou de mãe. O Brasil está na nona posição entre os países em desenvolvimento com o maior número de órfãos no mundo. O Cadastro Nacional de Adoção abriga mais de 30 mil pais que estão na lista de espera para adotar seus filhos. Relatórios do Conselho Nacional de Justiça, apontam que muitas crianças ainda esperam por uma família adotiva, devido as exigências dos pais na hora de adotar.
Das 5621 crianças que estão no Cadastro Nacional de Adoção, uma pequena porcentagem se enquadra ao perfil desejado pelos pais. Crianças brancas e de até dois anos de idade, são as mais requisitadas. Em contrapartida, a maioria das crianças que aguardam uma família são pardas e quanto maior a faixa etária, menor o interesse dos pais em adotá-las.
A recepcionista Ana Amélia, 28, relata que assim como seu esposo, sempre teve vontade de adotar uma criança. Seu filho biológico João Rafael tem 9 anos, e foi receptivo quando o casal comentou sobre a adoção. “Ele reagiu bem pois conversamos muito a respeito da adoção. Ainda fica um pouco inseguro pois ele é filho único e têm um pouco de receio de dividir os pais com esse irmão que vai chegar”.
Ana Amélia passou por todos os processos para entrar no Cadastro Nacional de Adoção. Fez entrevistas com a assistente social, passou por uma psicóloga e recebeu a visita de outra assistente social em sua casa. No mês de abril recebeu a notícia de que está cadastrada para adoção. “Fizemos exigência com relação à idade e a raça. Queremos uma criança de 0 a 2 anos e de pele morena. Sei que existem outras crianças disponíveis para adoção, mas preferimos um bebê, para criar desde cedo”.
A fisioterapeuta, Sônia Castilho, 30 anos, é mãe de uma criança adotiva e outra biológica. “Sempre tive vontade de adotar, desde que era menina. Minha mãe foi adotada e sei como sofre uma criança que vive sem os pais. Tenho uma menina de 6 anos, com Síndrome de Down, que adotei aos 10 meses. Ela se deu muito bem com o irmão de coração. Os dois sentem um pouco de ciúmes, mas não conseguem ficar longe um do outro”.
Quase 38% das crianças disponíveis para adoção, também têm irmãos cadastrados no CNA. Por outro lado, 80% dos pretendentes não aceitam irmãos. Ao contrário do que se pensa, não é o processo da adoção no Brasil que torna o processo lento, mas sim as exigências dos pais.
Homens e mulheres maiores de 18 anos, independente do estado civil, que sejam 16 anos mais velhos que o adotado; podem se candidatar a adotar uma criança ou adolescente. Quanto menores foram as exigências do interessado em relação as características da criança (cor, idade, sexo, etc), mais rápido se torna o processo de adoção. A inscrição, avaliação e acompanhamento do processo legal são gratuitos. Para maiores informações, o interessado deve procurar a Vara da Infância de sua cidade.


Original disponível em: http://cliquecom.blogspot.com.br/2016/03/existem-seis-familias-para-cada-crianca.html

Reproduzido por: Lucas H.

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