segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Informalidade aumenta cada vez mais fila da adoção no Pará (Reprodução)

31 de julho de 2016

A idade exigida pelas pessoas que pretendem criar crianças é uma das principais dificuldades para a adoção no Pará, pois a maioria dos pretendentes quer crianças muito pequeninas, de 2, 3 anos. “As mais desejadas são as meninas e os bebês de pele clara. A criança com mais de seis anos terá dificuldade muito grande de ser adotada. E essa dificuldade aumenta se ela tiver necessidades especiais”, diz o juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude, Alessandro Ozanan. No Cadastro Nacional de Adoção, há, no Estado, oito adolescentes e duas crianças para ser adotadas. Das 10 candidatas, cinco têm necessidades especiais. Há 95 pretendentes à adoção no Estado. São pessoas como o casal Renata Helena S. Carneiro Pinto, 32 anos, e Geraldo de Oliveira Pinto, 33, ambos servidores públicos, que aguardam, em Belém, na fila para adotar uma criança. “Eu e meu esposo acreditamos que os verdadeiros laços que unem as pessoas não são os consanguíneos e sim os do amor”, diz ela. Renata e Geraldo pretendem adotar um menino ou menina e grupo de irmãos de 0 a 2 anos, de cor parda ou branca.

O juiz aponta uma dificuldade cultural arraigada no Pará: as pessoas entregarem ou ‘doarem’ os filhos. “Os pais não devem escolher diretamente para quem entregam seus filhos, porque isso pode representar um risco para a criança”, adverte o juiz Alessandro Ozanan, ao ponderar que criança é um sujeito de direitos e não um objeto a ser doado. Quando a disponibilização da criança à adoção é feita sob a supervisão da Vara da Infância e Juventude, o juiz diz que o pretendente à adoção é exaustivamente examinado. “ A família extensa (os parentes) dele também. Se já têm filhos, vamos ouvir os filhos do casal. Vamos ouvir a parentela, para saber o que acha da adoção. Se demonstram resistência, é muito provável que esses pretendentes não irão adotar. Não haverá segurança em afirmar que dentro daquele núcleo familiar extenso aquela criança estará segura. Então a opção é chamar outro pretendente”, acrescenta.


Reproduzido por: Lucas H.


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