segunda-feira, 3 de abril de 2017

A GESTAÇÃO DE UM FILHO ADOTIVO (Reprodução)

30 março, 2017

Gutemberg Santos Brandão

Boa parte dos casais que tomam a decisão de adotar uma criança é devido à existência de alguma impossibilidade de gerar um filho biológico, seja do casal ou de algum deles. Desde a ideia da adoção até a reflexão de vantagens e desvantagens desse passo tão importante para suas vidas, o casal passa pela etapa da Gestação Emocional da adoção. Essa fase da adoção poderá ser pequena ou se estender por dias, meses ou até anos. Neste período de amadurecimento da ideia de adoção, o casal também vive em um estado de pura ansiedade em relação ao aspecto físico da criança (sexo, cor da pele, dos olhos, dos cabelos etc.), e suas características emocionais, assim como pais biológicos que também ficam fantasiando, somente se diferem no ponto da herança biológica, uma vez que muitos pais não conhecem a família biológica de seu filho. Logo, ainda no período de decisão da adoção, as fantasias e ansiedade correspondem a uma gestação.

Quando chega o momento de levar a criança para casa seria o mesmo que o parto se comparado emocionalmente. A expectativa de como a criança reagirá à nova casa, a seus pais, tudo isso desperta um misto de ansiedade, nervosismo, medo, insegurança e alegria. Esses sentimentos também acompanham pais biológicos. O período do pós-parto começa com a chegada da criança a sua nova casa, neste período ocorre uma troca de emoções tanto do filho para os pais quanto dos pais para o filho. O banho, a alimentação, a troca de fraldas e roupas, são exemplos dessas emoções. Sendo assim, logo a criança percebe que pertence à família. Considerando que o filho adotivo seja o primeiro filho, o casal certamente terá dúvidas de como será a criação da criança, se estão acertando, se vão sair-se bem na função de pais, se estão preparados, são dúvidas frequentes.

Com o passar dos anos, os pais já “não se lembram” que seu filho é adotado, porém, podem se autoquestionar se devem ou não contar para seu filho sobre sua origem. As principais dúvidas que surgem é de como contar, porque devem contar, como e quando contar. A psicologia orienta os pais para a melhor forma de contar a criança sobre a adoção que seria desde o início do relacionamento de pais e filho, tornando o assunto recorrente e não um tabu. Portanto, na infância seria o período mais propício para contar toda verdade. Os pais que queiram omitir a verdade para o filho precisam lembrar que a criança tem o direito de saber de sua origem, de buscar informações a respeito de sua família biológica, se assim for sua vontade, porque saber de suas origens é uma necessidade existencial do ser humano.

O simples fato de contar sobre a adoção para o filho impedirá que o mesmo saiba por outras pessoas, correndo o risco de obter informações distorcidas. Por mais que os pais tratem o assunto adoção de forma normal à criança ainda sim perguntará por diversas vezes sobre a adoção. Para contornar a situação, é muito importante dizer a verdade para a criança de forma coesa sempre que possível, não expondo aspectos negativos da família biológica da criança para que ela não se sinta inferiorizada ou rejeitada.

Gutemberg Santos Brandão acadêmico do 4º Período do Curso de Psicologia do UNEC.


Reproduzido por: Lucas H.

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