segunda-feira, 5 de junho de 2017

Especial adoção: mais um final feliz (Reprodução)

02/06/2017

Chegamos ao fim do mês em que se comemora o Dia Nacional da Adoção. Há quatro semanas, iniciamos uma série especial sobre o tema e a cada edição, trouxemos uma história sobre mães e filhos adotivos. Entre elas, esteve a da professora Josane Belettini Tomaz e do esposo, Alexandre Santos Berto, que há nove anos aguardavam a oportunidade de adotar uma criança. Naquela reportagem, chegamos a citar que, infelizmente, nem todas as histórias de adoção tinham finais felizes e o exemplo do casal mostrava isso, pois apesar de terem optado por uma criança de até cinco anos, não importando o sexo, já havia se passado quase uma década desde que aguardavam a chegada de seu filho (a) e até o momento, nenhuma resposta positiva chegara.

Mas quis o destino que este final fosse, sim, muito feliz. O dia 19 de maio de 2017 jamais sairá da mente de Josane. Coincidência, ou não, no dia em que o Jornal W3 trouxe a matéria contando a sua história, ela também recebeu a ligação mais esperada de sua vida.

Finalizando a série especial sobre o tema, a reportagem tem a honra de trazer uma matéria que prova não apenas que finais felizes existem, mas principalmente, que adoção é um lindo, generoso e eterno laço de amor. Confira a entrevista completa:

Jornal W3: Estamos ansiosos para saber como tudo aconteceu. Compartilhe conosco como foi receber a ligação que você esperou por nove anos:

O meu consolo, mesmo com tanta espera, sempre foi acreditar que tudo tinha a hora certa para acontecer e hoje eu tenho a certeza disso. Naquela sexta-feira, eu estava trabalhando e como não posso atender o celular na hora da aula, só fui descobrir do que se tratava no final da tarde. Quando consegui atender, descobri que era a assistente social que estava me ligando, ela queria saber se nós havíamos decidido sobre a adoção e perguntou se eu ainda não tinha falado com o meu marido, pois havia saído a decisão. Eu fiquei paralisada! Disse que não estava sabendo de nada, fui correndo pra casa e quando cheguei, ele perguntou se eu queria uma notícia boa, eu já sabia o que era, mas disse que sim, queria ouvir dele. Então ele disse ‘a nossa filha vai chegar’. Disse que ela estava em uma comarca longe e que se quiséssemos buscá-la tínhamos que retornar para a assistente social em, no máximo, uma hora. Eu tinha certeza que se tratava da minha filha, então em seguida já ligamos para confirmar.

Jornal W3: A ligação veio no mesmo dia que a matéria sobre a sua história foi publicada em nosso jornal. Você acredita que tenha sido uma feliz coincidência?

Assim que recebemos a ligação da assistente social nos dando a confirmação, fui correndo contar pra minha família no nosso grupo de whatsapp. Mas enquanto eu digitava, a minha irmã estava escrevendo que a minha história havia saído no jornal W3. Conversando, nós descobrimos que no exato momento em que eu recebi a ligação, a minha irmã leu a matéria no jornal. Foi uma emoção muito grande de saber que o jornal W3 com toda sua energia positiva e com aquela matéria linda sobre a adoção, com certeza, conseguiu sensibilizar muitas pessoas. Sou muito grata a toda a equipe e também à Karem Suyan, que desde que soube minha história esteve me dando muita força.

Jornal W3: Como foram os dias seguintes, sabendo que sua filha estava prestes a chegar?

Quando recebi a notícia, realmente eu e meu marido choramos muito, minha pressão subiu, fiquei muito emocionada porque eu senti que aquela era a minha filha. Os dias seguintes até eu ir buscá-la foram de muita expectativa. A minha família toda estava na espera, meus pais muito emocionados porque sempre disseram que não partiriam sem conhecer a neta. Foi tanta felicidade, que mau cabia em nossos corações.

Jornal W3: E o momento que você a viu pela primeira vez, como foi?

Nós nos vimos na quarta-feira, 24 de maio. O nosso reencontro – porque eu digo sempre que nós já estávamos predestinadas a nos reencontrar – foi lindo. Ela saiu do banheiro e já veio correndo nos abraçar. Ela nos olhou e disse: ‘pai, mãe, por que vocês demoraram tanto para vir me buscar?’. Foi impossível conter a emoção. Ela já perguntou onde estava a avó e pediu para já levarmos para casa, mas precisávamos esperar o período de aceitação. Nesse dia passamos o dia inteiro com ela, fomos almoçar, depois a levamos para o hotel onde estávamos e – com autorização judicial – ela até dormiu conosco. Passou a noite inteira abraçada em nós dois, com medo de que fôssemos embora, demorou pra dormir porque queria saber de toda a família, estava ansiosa para saber como seria sua vida dali em diante. Mais dois dias se passaram e, finalmente, pudemos trazê-la para casa. Ela mesmo foi fazer sua mala, veio correndo, ansiosa por chegar em casa e pedindo para o pai andar mais depressa, pois queria chegar logo.

Jornal W3: E como é a ligação de vocês?

Como eu disse, considero este o nosso reencontro. Ela é uma menina muito inteligente, educada, tem cinco anos de idade e é muito esperta. Nossa ligação, desde o momento em que nos vimos, foi muito forte. Parece que ela realmente nasceu de nós.

Jornal W3: Como está sendo a convivência de vocês?

Ela é muito amorosa, muito espontânea. Se adaptou muito bem não apenas comigo e com o meu esposo, mas com toda a nossa família. Desde o primeiro dia já dormiu em seu quarto, já levei ela na escola pra voltar à sua rotina, está tudo indo muito bem. Minha convivência com ela é de mãe e filha, eu sempre disse que Deus sabe o que faz, porque mesmo nos momentos em que eu questionava essa demora, eu sabia que Ele a estava preparando para mim. Hoje já somos uma família completa e temos a certeza de que ela nasceu de nós.

*A fim de preservar a imagem da menina, a reportagem optou por não divulgar o nome, nem imagens que revelem sua identidade.


Reproduzido por: Lucas H.

Nenhum comentário: