quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Amor sem preconceito: casais homoafetivos celebram o Dia dos Pais (Reprodução)

13/08/2017

Há dois anos, a comemoração do Dia dos Pais na casa do pequeno Pedro, de 3 anos, tem sido em dose dupla. O garoto é filho de um casal homoafetivo de São Vicente, o vigilante Francisco Edson da Silva, de 34 anos, e o auxiliar de limpeza, Adriano Barbosa da Silva, de 40. Juntos há 16 anos, eles não tinham filhos biológicos e decidiram, por meio da adoção, realizar o sonho da paternidade. 

“Nós começamos a falar sobre isso há mais ou menos cinco anos. De lá para cá, nos informamos sobre o assunto, visitamos alguns abrigos da região e, quando estávamos certos da adoção, demos entrada na papelada”, conta Francisco. 

O tempo de espera para que Pedro entrasse na vida do casal levou cerca de dois anos. Mas, para eles, que sonhavam tanto com a paternidade, parecia uma eternidade. Francisco lembra, ainda emocionado, do dia em que receberam o telefonema de uma assistente social, pedindo que os dois comparecessem ao Fórum da Cidade. 

“O Adriano tinha acabado de sair de lá, para saber se tinha alguma novidade sobre o processo, e eu recebi esse telefonema. Na hora, não falaram do Pedro, apenas pediram para nós dois irmos ao Fórum conversar”, comenta o vigilante, lembrando que, mesmo sem saber o real motivo do encontro, o casal já começou a “dar pulos de alegria” em casa. 

“Foi muito emocionante, uma reviravolta em nossas vidas, porque do dia para noite, éramos pais. Não é como em uma gravidez, que você está esperando. Não tínhamos nada ainda, nem sabíamos por onde começar”.  

Horas depois do encontro com a assistente social, o casal pôde, enfim, conhecer o filho adotivo. “Entramos em contato com o abrigo onde ele estava e fomos imediatamente para lá”, lembra Adriano, que chegou a falar para o companheiro: ''Hoje não saímos daqui sem o nosso filho”. 
Pedro tinha pouco mais de 1 ano quando chegou ao lar do casal. “A gente não conseguia dormir direito até se acostumar com a presença dele em casa. Ele não estranhou, foi muito tranquilo, mas éramos nós que não estávamos acreditando que ele estava alí, que era realmente nosso”, lembra Adriano.  

E não demorou muito para que um dos momentos mais marcantes na vida de qualquer pai acontecesse. Pedro, alguns dias depois de começar a pronunciar suas primeiras palavras, falou 'pai' para o casal. 

“Depois, assim como acontece com toda criança, ele começou a nos chamar pelo nome e a gente sempre, brincando, corrigia: não, filho, é papai. Hoje somos o papai Mano (Adriano) e papai Edson”. 
Mano, segundo Adriano, é uma referência ao apelido dado pela irmã. “Ela sempre me chamou de Nano, mas como o Pedro não pronunciava o ‘N’ quando era menor, ficou ‘Mano’.  

Hoje, dois anos após a adoção, o casal já sonha em ampliar a família. “Eu e o Adriano queremos a casa cheia”, brinca Edson, que acrescenta: “Nada é por acaso e Deus sabe o que faz no momento certo e no lugar certo. Quando temos fé, tudo que a gente deseja, se realiza”.   

Pai de coração

O Dia dos Pais na casa de uma família de Guarujá tem sido ainda mais especial há cinco anos. Após o porteiro Wagner Ferreira Barbosa, de 36 anos, e o cabeleireiro Ivan Ferreira dos Santos, de 25, iniciarem um relacionamento, os quatro filhos biológicos de Wagner passaram a ter dois “pais”.

Neste domingo (13), eles estarão reunidos novamente para celebrar a data, que, para o casal, passou a ter um valor ainda mais significativo. 
Luiz André, de 18 anos, Davi, de 13, e Mirian, de 8, são fruto do primeiro casamento de Wagner com uma mulher. Ele conta que ainda era adolescente quando foi presenteado com a paternidade. “Eu tinha me casado novo, aos 16 anos, e no ano seguinte fui pai pela primeira vez. Tive o Luiz André”. 


Reproduzido por: Lucas H.  

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