quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Crianças vítimas de violência sexual apresentam comportamento diferenciado (Reprodução)


07/08/2017               

Autor: Claryanna Alves

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicados em 2014, mostram que 70% das vítimas de estupro do país são menores de idade, sendo a maioria delas do sexo feminino (88,5%). Além disso, em metade dessas ocorrências há um histórico de estupros anteriores. Isso nos leva a pensar que casos de violência sexual de crianças são bem maiores do que imaginamos.

Tal realidade alarmante, onde crianças e adolescentes são vítimas desse tipo de violência podem acabar deixando marcas para o resto de suas vidas, uma vez que as consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras, podendo ocasionar inúmeras mudanças nos relacionamentos sociais desses indivíduos.

Um levantamento relacionado ao tema foi realizado naquele mesmo ano pelo Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria), nos sete abrigos de Teresina existentes na época (cinco divulgaram os números, um não disponibilizou os dados e outro divulgou uma amostra). A pesquisa foi sobre o motivo dos menores terem sidos retirados de suas casas e levados para essas instituições.

A assistente social Luara Dias, que trabalha no Cria, conta que o abusador quase sempre é alguém muito próximo e ele tem os artifícios para fazer com que a criança não conte. “Para que ela não fale para alguém, o agressor faz ela se sentir culpada por aquilo ou então faz pequenas chantagens. Por isso a criança não costuma contar. Se o abusador é alguém de confiança da família, um pai, um tio, um amigo próximo, ele faz a criança acreditar que ninguém acreditaria nela se ela contasse a verdade”, observa a assistente social.
   
A mesma pesquisa do Ipea citada anteriormente evidencia ainda que 24,1% dos agressores são os próprios pais ou padrastos e que 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima. Sendo a residência o principal local onde esses abusos são realizados.

O levantamento mostra que o indivíduo desconhecido passa a configurar como principal autor do estupro à medida que a idade da vítima aumenta. Na fase adulta, este responde por 60,5% dos casos. No geral, 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima, o que indica que o principal inimigo está dentro de casa e que a violência nasce dentro dos lares. 


Reproduzido por: Lucas H.

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