segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Mães temporárias: a delícia da chegada e a dor da despedida (Reprodução)

16/09/2017

Pense na chegada de um filho: preparativos, ansiedade, alegria. Agora imagine que seja preciso devolvê-lo um tempo depois. Desconfortável só de imaginar, não é mesmo? Pois, assim é a vida das mães temporárias, que são aquelas mulheres que abrem as portas de suas casas para abrigar, por período indeterminado, crianças em situação de risco ou abandonadas, até que a justiça decida sobre elas: se serão adotadas ou se voltarão para suas famílias biológicas.

A diarista Sidenir Luiz, já tinha 3 filhos quando decidiu fazer parte do programa “Família Acolhedora” e cuida, já há um ano, de uma criança de 4 anos, afastada do convívio familiar por abandono. Outras duas irmãs da menina também foram distanciadas, uma delas, que tinha problemas de saúde, faleceu no início do ano e a outra, que nasceu com má formação, está internada em um abrigo.

“Para mim, está sendo uma experiência muito boa. Me preparar para recebê-la foi ótimo, parecia que eu estava grávida. Mas estou sabendo que está chegando a hora dela ir embora e estou com o coração apertado, porque a gente apaixona sim, por mais que eu tenha colocado na minha mente que ela não é minha e que eu estou apenas acolhendo. Então, vou amar, mas vou ter que devolver. Mas é muito gratificante, você se sente outra pessoa. Você começa pensando que vai ter que ensinar muita coisa pra essa criança, mas aí você percebe que não ensina, mas sim, aprende. E eu recomendo, é bom demais. Enquanto Deus me permitir, eu quero acolher crianças aqui dentro da minha casa”, afirma a diarista.

A babá Fabiana Oliveira já tinha 20 anos de casada e dois filhos, quando decidiu acolher um bebê recém-nascido em situação de risco e a família ficou com ele durante 4 meses.  Ela achou a experiência tão positiva que, após devolver a criança, quis acolher outra. “Foi muito bom porque meus filhos estão grandes e mudou toda a rotina da casa. Foi uma alegria muito grande porque eu pude dar amor e carinho para aquele bebê na hora que ele mais precisou. Quando chegou a hora dele ir embora, aí sim a gente chorou, porque vamos sentir falta, mas, ao mesmo tempo, sabemos que ele foi ter uma família. Hoje, estou no meu segundo acolhimento, é uma bebê e sabemos o quanto é importante para a vida dessas crianças uma família. E eu vou acolher muitos ainda!”, diz Fabiana.

Não há dúvidas de que o amor dessas mulheres por estes pequenos é perfeitamente comparável ao amor de uma mãe. Elas abrem mão de muitas coisas para fazer com que eles se sintam amados e protegidos, o que talvez nunca tenham sentido. E depois, com serenidade, abrem mão deles para que sejam definitivamente acolhidos. Isso é de uma grandiosidade inquestionável.

Você é de Uberlândia e quer ajudar um criança a ter uma vida digna, assim como ela merece, até que a justiça solucione e dê a ela um rumo? As inscrições para o programa Família Acolhedora estão abertas e em breve haverá formação para novos inscritos. Quem quiser saber mais informações, deve entrar em contato no número (34) 3226-9317 em horário comercial. Segundo a coordenadora do projeto, Sara Vargas, tudo é feito de forma muito séria e organizada.

“Os interessados receberão orientação a respeito do serviço de acolhimento familiar, vamos passar uma lista de documentação básica e convidá-los a participar da formação, que consiste em um pré-encontro e um curso de 4 encontros. Nessa formação, falamos sobre o perfil das crianças, tratamos sobre aspectos jurídicos e psicológicos, questões relativas ao apego e ao desapego, a formação de vínculos, direitos e deveres da família acolhedora, enfim, tudo que precisam saber. E ao final, se a família ver que realmente quer participar, ela passa pelo estudo psicossocial da equipe e se estiver tudo certo, nós encaminhamos a documentação para que ela receba a chancela da Vara da Infância e Juventude aí ela já fica à espera da criança para acolhimento”, explica Vargas.

Gostou? Quer comentar ou sugerir algum assunto para ser abordado? Mande um email para anedotasdemae@tvintegracao.com.br . Até a próxima!

Original disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/blog/anedotas-de-mae/post/maes-temporarias-delicia-da-chegada-e-dor-da-despedida.html

Reproduzido por: Lucas H.


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