quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Prisão perpétua para britânico que matou bebé duas semanas após a adoção (Reprodução)

Um antigo instrutor de "fitness" foi condenado a prisão perpétua, no País de Gales, considerado culpado do assassínio da filha de 18 meses, menos de duas semanas depois da adoção oficial.

Matthew Scully-Hicks, de 31 anos, foi considerado culpado, pelo Tribunal de Cardiff, de ter agredido violentamente a pequena Elsie, cerca de duas semanas depois da adoção formal da criança, que estava à sua guarda desde há oito meses.

Elsie morreu quatro dias depois. A autópsia revelou que tinha sofrido uma tripla hemorragia do cérebro, uma hemorragia retiniana, a cabeça partida, tal como várias costelas.

"A sua cabeça foi atirada contra uma superfície dura, ou então um objeto duro foi utilizado para atingir Elsie na cabeça", declarou o procurador Paul Lewis, durante o julgamento, que durou mais de quatro semanas.

Matthew Scully-Hicks tinha deixado o emprego para se ocupar a tempo inteiro da sua filha adotiva, colocada em setembro de 2015 junto de si e do seu marido, que continuava a trabalhar.

Mas o acusado tinha problemas em se ocupar da criança e queixava-se de esta ser difícil. Em mensagens curtas (SMS), tinha-a qualificado de "tarada" e "Satã vestido de dançarina". Alguns vizinhos tinham-no ouvido gritar insultos a Elsie.

Antes da sua morte, a pequena Elsie já tinha tido vários problemas, quando ficava a sós com o acusado, como uma perna partida, em novembro de 2015, hematomas na cabeça, em dezembro e janeiro de 2016. Em março, tinha sido hospitalizada devido ao que foi designado como uma queda nas escadas.

"Ela só tinha 18 meses", sublinhou o procurador. "Ela estava indefesa e vulnerável. Elsie Scully-Hicks está morta porque o acusado a matou", acentuou.

"Se ela não nos tivesse sido retirada, ela ainda estaria viva", escreveu a família natural de Elsie, chamada Shayla no nascimento, em declaração escrita junta ao processo judicial.

Na carta, a avó materna da menina explicou que a sua filha, "quando deu à luz, tinha um modo de vida caótico e não estava em condições de cuidar da Shayla, que foi retirada do hospital cinco dias depois do nascimento e confiada aos serviços sociais".

A família manteve o contacto com a bebé, quando estava numa família de acolhimento, e, em janeiro de 2015, a avó começou um processo para se tornar a tutora legal da criança, lembrou. "Queria criá-la num ambiente familiar são e acolhedor, mas tudo isso me foi retirado, quando os serviços sociais e o juiz decidiriam que eu não estava em condições de enfrentar a situação", acrescentou.

Conhecer a morte da neta "foi uma notícia devastadora em si, mas saber que um dos pais que a tinham adotado era acusado de assassínio e considerado alegado responsável pela sua morte foi completamente incompreensível", disse ainda.

Matthew Scully-Hicks afirmou que Elsie se tinha magoado sozinha quando ele a tinha deixado durante uns minutos, onde ele a tinha mudado para a deitar. Afirmações estas que foram rejeitadas por 12 peritos e seis médicos chamados a depor.


Reproduzido por: Lucas H.

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